Dados da indústria mostram que o mercado ilegal trouxe um prejuízo de R$ 453,5 bilhões ao Brasil, em 2022. As informações estão no estudo “Brasil Ilegal em Números”, produzido pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) em parceria com a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e pela Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro).
O levantamento será apresentado nesta quinta-feira (18), em Brasília, ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, durante seminário na CNI.
O montante abrange os prejuízos com contrabando, pirataria, roubo, fraude fiscal, sonegação de impostos e furto de serviços públicos.
Para o diretor da Fiesp e da Firjan Carlos Erane de Aguiar, os números do levantamento mostram um “desastre nacional”, que atinge diretamente cidadãos e os governos.
“A cifra de R$ 453,5 bilhões é um desastre nacional, que atinge todo cidadão, governos municipais, estaduais e União. São recursos que equivalem a todo o PIB [Produto Interno Bruto] do estado de Santa Catarina, por exemplo. A CNI, Fiesp e Firjan querem chamar a atenção para essa calamidade”, afirmou em comunicado divulgado pela CNI.
“Queremos contribuir para que os governos adotem medidas mais rígidas para combater essa ilegalidade, investindo ainda mais em segurança pública em todo o país”, acrescentou.
Segundo o levantamento, dados do Índice Global de Crime Organizado mostram o Brasil na posição de número 171 em um ranking que avalia o mercado de produtos falsificadas em 193 países. Isto quer dizer, ainda conforme o estudo, que a situação do Brasil é “especialmente alarmante”, complementa.
Mercado ilegal também traz prejuízos ao mercado de trabalho
O levantamento das entidades mostra que o mercado ilegal afeta, por exemplo, ao menos 15 setores da economia diretamente; cerca de 370 mil postos de trabalho que deixaram de ser gerados nesses setores; R$ 136 bilhões que deixaram de ser arrecadados em impostos; R$ 6,3 bilhões que deixaram de ser arrecadados com os “gatos” de energia, isto é, conexões clandestinas; e R$ 14 bilhões que deixaram de ser arrecadados com as ligações clandestinas de água.
Para a realização do estudo, as entidades também levaram em conta a entrada no Brasil de produtos ilegais com origem em outros países.
Em 2023, a Receita Federal fez 17,6 mil operações de combate a crimes como contrabando e importação irregular de mercadorias, o que resultou na apreensão de R$ 3,78 bilhões em mercadorias.
“Os principais setores com apreensões estão divididos entre: cigarros e similares, eletroeletrônicos, veículos, vestuário, informática, bebidas, brinquedos, inseticidas, fungicidas, herbicidas, desinfetantes, calçados e perfumes”, apontou o estudo.
Da Redação ICL Economia
Com informações da Agência de Notícias da Indústria