Com Milei, mais da metade dos argentinos está oficialmente abaixo da linha da pobreza

Pobreza aumentou mais de 11 pontos percentuais em relação a 2023.
27 de setembro de 2024

Mais da metade da população argentina, ou 52,9%, se encontra atualmente abaixo da linha da pobreza, informou nesta quinta-feira (26) o instituto de estatísticas do país, o Indec. A cifra representa aumento de 11,2 pontos percentuais em relação ao primeiro semestre de 2023.

Na primeira metade do ano, que coincidiu com os primeiros meses da forte política de ajustes do presidente de extrema direita Javier Milei, a indigência também aumentou 6,2 pontos, figurando em torno de 18,1% no país de 47 milhões de habitantes.

O Indec calcula a pobreza comparando a renda dos lares com o custo de uma cesta básica completa, que inclui alimentos e outros bens e serviços, como roupas e transporte. No primeiro semestre, a cesta custava cerca de US$ 240 (R$ 1.306).

O PIB da Argentina caiu 1,7% no segundo trimestre deste ano em comparação com o trimestre anterior, aprofundando a recessão econômica. O país também tem uma das inflações mais altas do mundo, de 236,7% em 12 meses até agosto.

Pacote de Milei atingiu em cheio a Cultura

Milei assumiu a presidência argentina em dezembro prometendo cortar gastos drasticamente. Para o cinema, o golpe impactou o instituto que o fomenta, o INCAA, com um corte que se traduziu na suspensão de programas de apoio e na demissão de funcionários, o que virtualmente o deixou paralisado.

A situação é muito criticada por representantes da indústria cinematográfica, tanto dentro do país quanto no exterior, como no Festival de Cannes, em maio, e no de San Sebastián, esta semana.

“É uma situação extrema como nunca vivemos (…), não só para o cinema, mas para a sobrevivência de um monte de pessoas na Argentina, que são empurradas por este governo a viver abaixo do limite da pobreza”, ressaltou a cineasta Lola Arias.

“Tem sido muito brutal porque o Governo de Milei (…) foi destruindo tudo, destruindo todas as políticas públicas em relação às universidades públicas, desfinanciando os hospitais públicos e desfinanciando a cultura”, prosseguiu a diretora.

Do Brasil de Fato

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