OCDE eleva projeção de crescimento do PIB do Brasil para 3,2% este ano. Para 2024, organismo projeta alta de 1,7%

Em seu Relatório Interino de Perspectiva Econômica trimestral, divulgado ontem (19), OCDE reforça que, até o momento, o Brasil tem exibido surpresas positivas em suas projeções de crescimento neste ano, “com a ajuda de resultados agrícolas favoráveis relacionados ao clima”.
20 de setembro de 2023

A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) reviu para cima sua expectativa para o crescimento do PIB do Brasil neste ano. Em junho, o organismo internacional previa que a economia brasileira cresceria 1,7% este ano. Agora, a OCDE prevê que esse crescimento será de 3,2%. Para 2024, a Organização também revisou a previsão de alta de 1,2% para 1,7%.

Os dados estão no Relatório Interino de Perspectiva Econômica trimestral, divulgado ontem (19). Embora faça poucas menções ao Brasil, o documento nota que, até o momento, o país tem exibido surpresas positivas em suas projeções de crescimento neste ano, “com a ajuda de resultados agrícolas favoráveis relacionados ao clima”.

A revisão anunciada pela OCDE converge com a anunciada recentemente pelo Ministério da Fazenda. A pasta aumentou a projeção do Produto Interno Bruto de 2023 de 2,5% para 3,2%. Os dados foram divulgados na última segunda-feira (18).

O otimismo se deve a um conjunto de fatores, como o avanço do PIB no segundo trimestre deste ano. Outro fator foi o aumento da safra projetada para o ano. Há a expectativa de recuperação da economia chinesa no quarto trimestre. Consideram-se ainda os resultados positivos no terceiro trimestre.

Também na última segunda-feira, o Boletim Focus do Banco Central mostra que o mercado financeiro também elevou as expectativas para o crescimento da economia em 2023. Os analistas, no entanto, esperam um aumento de 2,89% no PIB, ou seja, percentual menor que o projetado pela OCDE e pelo governo.

No relatório, a OCDE também lembra que o Banco Central do Brasil já começou a reduzir as taxas de juros, em trecho sobre política monetária global.

Nesta quarta-feira (20), o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central deve realizar mais um corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), para 12,75% ao ano.

Enquanto eleva a previsão do PIB do Brasil, OCDE reduz projeção para a inflação brasileira neste e no próximo ano

Em relação à inflação brasileira, a OCDE projeta que o indicador feche 2023 em 4,9%, percentual menor que o previsto em junho (5,6%). Para o ano que vem, o organismo internacional também revisou o indicador para baixo: de 4,7%, previstos em junho, para 3,6% na versão mais recente do relatório.

A previsão sobre a inflação converge um pouco com a do mercado financeiro registrada no último Boletim Focus. Neste ano, os analistas consultados reduziram de 4,93% para 4,86% a estimativa de inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Já para o ano que vem, o mercado financeiro baixou de 3,89% para 3,86% a projeção para o indicador.

Em seu relatório trimestral, a OCDE também fez projeções econômicas para outros países. Para o PIB da Argentina, que enfrenta uma das mais longevas crises econômicas do mundo, a projeção para este ano passou de contração de 1,6% a uma queda de 2,0%. Para 2024, a previsão de recuo da economia passou de 1,1%, em junho, para 1,2% na edição mais recente do documento.

Sobre a inflação da Argentina, a OCDE espera 118,6% de inflação este ano e de 121,3% em 2024, com revisão para cima nos dois casos, de 11,7 pontos porcentuais em 2023 e de 33,0 pontos no ano que vem.

Por sua vez, o México teve seu crescimento revisto para cima: de 2,6% a um avanço de 3,3% para este ano, e de 2,1% a 2,5% para o ano que vem.

Para a Rússia, que empreende uma guerra contra a Ucrânia desde fevereiro do ano passado, a OCDE espera que o PIB russo cresça 0,8% este ano, quando em junho projetava contração de 1,5%. Para 2024, projeta alta de 0,9%, sendo que em junho também previa contração, de 0,4%.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do site da CNN

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