Petrobras pagou mais dividendos do que a soma de todas as empresas listadas na B3 em 2022

Em 2022, a soma representou um avanço de 2,6 vezes em relação ao ano anterior. A Petrobras havia distribuído R$ 72,7 bilhões, em 2021, ficando abaixo do conjunto das outras empresas listadas na B3, cujo montante atingiu quase R$ 234,2 bilhões, sem a estatal
28 de abril de 2023

Em 2022, a Petrobras pagou mais dividendos do que a soma de todas as empresas listadas na B3, a bolsa de valores no Brasil. Ela distribuiu a seus acionistas R$ 194,6 bilhões. No caso do restante das companhias da B3, sem contar a estatal, a quantia ficou em R$ 192,4 bilhões. As informações foram divulgadas pela TradeMap, empresa de análise de dados do mercado de capitais. Nos quatro anos de governo o ex-presidente, Jair Bolsonaro, a Petrobras investiu menos e bateu recorde de pagamento de dividendos.

Segundo a reportagem publicada no site Metrópoles, a soma também representou um avanço expressivo de 2,6 vezes em relação ao ano anterior. A Petrobras havia distribuído R$ 72,7 bilhões, em 2021. Nesse mesmo ano, a petroleira ficou bem abaixo do conjunto das outras firmas listadas na B3 (bolsa), cujo montante atingiu quase R$ 234,2 bilhões, excluída a estatal.

Em 2022, a Vale, cujo lucro trimestral anunciado nesta quinta (27/4) caiu 59%, ocupou o segundo lugar na lista de maiores pagadores de dividendos, com R$ 34,1 bilhões, o equivalente a 5,5 vezes menos do que a Petrobras. Em 2021, a Vale havia distribuído aos acionistas mais do que o dobro desse valor, num total de R$ 73,3 bilhões.

Em 2022, o desembolso da Petrobras com dividendos de todas as empresas listadas na B3 alcançou R$ 387 bilhões 

listadas na B3, taxa de juros, bolsas mundiais, índices futuros, bolsas internacionais, mercados na Europa e nos EUA, Queda do Ibovespa, bolsas internacionais

Crédito: Pixabay

Em 2022, somadas todas as empresas listadas na B3, e nesse caso incluída a estatal, o desembolso com dividendos alcançou R$ 387 bilhões, ante R$ 307 bilhões, em 2021.

O volume de distribuição de dividendos da Petrobras no ano passado não deve se repetir em 2023, na avaliação de analistas. Em 2022, ele foi impulsionado por preços crescentes do petróleo, cujo barril chegou a US$ 130, puxado por fatores como a guerra na Ucrânia.

Agora, a situação é diferente. A cotação da commodity gira em torno de US$ 80, mesmo após a redução da oferta do óleo, adotada pelos principais países produtores. A cúpula do governo federal e lideranças do PT vêm ainda questionando repetidas vezes o pagamento de dividendos por parte da estatal.

Ainda que a convergência de uma série de fatores, como a escalada do preço do petróleo no mercado internacional, tenha contribuído para a Petrobras registrar um lucro líquido recorde de R$ 188,3 bilhões no ano passado, chama ainda mais a atenção a magnitude dos dividendos que a petroleira vai pagar aos seus acionistas. Com esse recurso, seria possível solucionar, por exemplo, quase a totalidade do rombo do Orçamento de 2023, de pouco mais de R$ 240 bilhões. “[Isso] mostra que a Petrobras passa a ser tocada com a máxima do enriquecimento do acionista”, disse o economista André Roncaglia, comentarista do ICL Notícias, programa diário no YouTube.

Sobre o tema, o novo presidente da companhia, Jean Paul Prates, defende equilíbrio entre dividendos e investimento na Petrobras.


Redação ICL Economia
Com informações do site Metrópoles

Continue lendo

Assine nossa newsletter
Receba gratuitamente os principais destaques e indicadores da economia e do mercado financeiro.