PIB brasileiro avança 1,4% no 2º tri com impulso da indústria. Economia acumula alta de 2,5% em quatro trimestres

O crescimento aconteceu ainda que o setor agropecuário, que costumava impulsionar o PIB do país nos últimos anos, tenha recuado 2,3% no período.
3 de setembro de 2024

A economia brasileira cresceu 1,4% no segundo trimestre do ano ante o período anterior, segundo informações do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgadas nesta manhã de terça-feira (3). O PIB (Produto Interno Bruto) foi puxado principalmente pela indústria, que apontou alta de 1,8% no período, e o setor de serviços na sequência, que avançou 1,0% no período. O avanço foi maior do que previam analistas (+0,9%).

O crescimento aconteceu ainda que o setor agropecuário, que costumava impulsionar o PIB do país nos últimos anos, tenha recuado 2,3% no período.

No primeiro trimestre de 2024, o PIB do país teve alta de 0,8% frente ao último trimestre de 2023, na série com ajuste sazonal. Na ocasião, o setor de serviços puxou essa variação positiva, com alta de 1,4%, principalmente devido às contribuições do comércio (3,0%), de informação e comunicação (2,1%) e de outras atividades de serviços (1,6%). A agropecuária cresceu 11,3%, e a indústria registrou uma pequena variação negativa (-0,1%), que é considerada estabilidade.

Segundo o IBGE, pela ótica da demanda, na mesma comparação, houve altas nos três componentes: o Consumo das Famílias e o Consumo do Governo cresceram à mesma taxa (1,3%, ambos) e a Formação Bruta de Capital Fixo subiu 2,1%. Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 2,9 trilhões no trimestre.

Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, disse que “com o fim do protagonismo da agropecuária, a indústria se destacou nesse trimestre, em especial na área de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e na construção”.

Na análise do PIB pela ótica da demanda interna, os três componentes (Consumo das Famílias e do Governo e a Formação Bruta de Capital Fixo) cresceram nas três comparações, incentivados pelas condições do mercado de trabalho, pelos juros mais baixos e pelo crédito disponível, entre outros fatores.

Além desses componentes, a coordenadora da pesquisa ressaltou que também contribuíram para o resultado a alta dos investimentos, a produção nacional de bens de capital, o desempenho da construção e, também, o desenvolvimento de software. “Além disso, ao contrário do ano passado, o setor externo tem contribuído negativamente para o crescimento da economia”, disse.

Em relação ao mesmo período do ano passado, PIB cresceu 3,3%

Em relação ao segundo trimestre do ano passado, o PIB cresceu 3,3% e foi acompanhado, mais uma vez, pelos serviços (3,5%) e pela indústria (3,9%), enquanto a agropecuária mostrou recuo de 2,9%.

Todos os setores dos serviços tiveram taxas positivas nessa comparação, com destaque para informação e comunicação (6,1%), outras atividades de serviços (4,5%), atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (4,0%), comércio (4,0%) e atividades imobiliárias (3,7%).

A alta de 3,9% na indústria foi impulsionada pelo setor de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, que subiu 8,5% ante o mesmo trimestre de 2023.

Para Rebeca, “o maior consumo de eletricidade, principalmente nas residências, e a manutenção da bandeira tarifária verde ajudaram o setor”.

Além disso, a construção cresceu 4,4%, as indústrias de transformação tiveram sua segunda alta consecutiva (3,6%) e as indústrias extrativas cresceram 1,0%.

Segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, as condições climáticas adversas ocasionaram um recuo na produção esperada de soja e milho, apesar do bom desempenho da pecuária e de outras culturas importantes, como o café e o algodão.

Isso fez com que a Agropecuária recuasse nas comparações com e sem ajuste sazonal, e acumulasse variação nula (0,0%) nos últimos 12 meses.

Taxa de investimento x poupança

A taxa de investimento no segundo trimestre de 2024 foi de 16,8% do PIB, acima dos 16,4% registrados no segundo trimestre de 2023. Já a taxa de poupança recuou 16,0%, abaixo dos 16,8% do mesmo trimestre de 2023. Rebeca explica que “a taxa de investimento foi beneficiada principalmente pelo crescimento superior, em volume, da Formação Bruta de Capital Fixo em relação ao PIB”.

PIB acumula alta de 2,5% em quatro trimestres

O PIB acumulado nos quatro trimestres terminados em março de 2024, comparado ao mesmo período de 2023, cresceu 2,5%. Nessa comparação, houve altas na indústria (2,6%) e nos serviços (2,6%) e estabilidade na agropecuária (0%).

Mais uma vez, todas as atividades do setor de serviços mostraram taxas positivas nessa comparação, enquanto as altas mais destacadas na indústria foram de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (7,3%) e das indústrias extrativas (6,2%).

Pela ótica da demanda interna, a Despesa de Consumo das Famílias (3,7%) e na Despesa de Consumo do Governo (2,4%) mostraram taxas positivas. Já a Formação Bruta de Capital Fixo (-0,9%) recuou nessa comparação pelo quarto trimestre consecutivo.

Redação ICL Economia
Com informações da Agência de Notícias IBGE

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