PIB da China cresce 5,2% em 2023, dentro da meta do governo, mas um pouco abaixo do esperado por analistas

Meta anual de crescimento econômico do governo chinês era de cerca de 5%. Resultado oficial foi ligeiramente abaixo dos 5,3% esperados pelo consenso LSEG de analistas.
17 de janeiro de 2024

O PIB da China registrou um crescimento anual de 5,2% em 2023, superior à meta anual de cerca de 5%, mas ligeiramente abaixo dos 5,3% esperados pelo consenso LSEG de analistas. O percentual havia sido adiantado pelo primeiro-ministro Li Qiang ontem (16), no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. Os dados oficiais foram divulgados, nesta quarta-feira (17), pelo Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês).

Na comparação do quarto trimestre com o trimestre anterior, o crescimento foi de 1%, dentro das expectativas.

O crescimento da economia chinesa atingiu um recorde de 126,06 trilhões de yuans (cerca de US$ 17,71 trilhões) no ano passado, segundo a agência de notícias Xinhua.

Também foram divulgados hoje os dados da produção industrial de 2023, que apontou crescimento de 4,6%. Em dezembro, a produção cresceu 6,8 por cento em relação ao mesmo mês do ano anterior, mas um pouco abaixo dos 6,8% esperado pelo consenso de analistas. Ante novembro, o crescimento foi de 0,52%.

Por sua vez, as vendas no varejo de bens de consumo da China, por sua vez, subiram 7,2% em termos anuais em 2023, para um total de 47,15 trilhões de yuans (cerca de US$ 6,63 trilhões). Esse dado também ficou abaixo da estimativa de +8,0%

Kang Yi, chefe do NBS, disse que o crescimento econômico ainda enfrenta algumas dificuldades e desafios, uma vez que o ambiente externo se tornou mais complexo e severo, mas enalteceu o cumprimento das metas estabelecidas para o ano.

Ele reforçou ainda avanços na inflação, que teve leve aumento, mas também os desafios para manter esse nível de crescimento em 2024. Kang prevê também que o emprego continuará sob pressão, melhorando aos poucos e seguindo a tendência do ano passado.

A divulgação dos dados econômicos da China mexeram com os mercados mundiais hoje, que amanheceram majoritariamente no negativo. As ações de empresas chinesas na Bolsa de Hong Kong enfrentaram queda o dia todo, com seu índice fechando o pregão em valor 3,9% menor.

PIB da China: crise no setor imobiliário coloca pressão sobre a economia chinesa

Apesar dos dados dentro do esperado pelo governo, a crise no setor imobiliário segue sendo um desafio para a segunda maior economia do mundo. Os gastos com construção e decoração diminuíram 7,8% no ano passado e os preços de novas moradias, em dezembro, caíram no ritmo mais forte desde 2015.

A economia chinesa viveu, no ano passado, um processo de recuperação pós-pandemia de Covid-19. Porém, a expectativa era de uma recuperação mais vigorosa.

Em Davos, Li Qiang procurou enfatizar que a meta de “cerca de 5%”, definida no início de 2023, foi obtida sem estímulos excessivos à economia, evitando que a busca de efeitos de curto prazo pudesse gerar problemas de longo prazo.

“A economia chinesa está fazendo progresso constante e continuará a proporcionar um forte impulso à economia mundial”, disse ele, sublinhando a base industrial. “A China é o único país em todas as categorias de classificação industrial da ONU e representa cerca de 30% do valor total.”

No Fórum Econômico Mundial, ele também reforçou, a empresários, a ideia de que o mercado consumidor chinês segue crescendo: “Na China, existem atualmente mais de 400 milhões de pessoas na faixa de rendimento médio, e espera-se que o número atinja 800 milhões na próxima década”.

A divulgação dos dados do PIB chinês coincide com a presença nesta quarta-feira, em Brasília, do chanceler Wang Yi, que deve jantar no Itamaraty com o colega brasileiro, Mauro Vieira, e com o assessor especial da Presidência, Celso Amorim. Há possibilidade também de um encontro com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

O objetivo do governo brasileiro é buscar mais cooperação econômica e ampliação de investimentos, no ano em que o Brasil está no comando do G20, grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia e da União Africana.

Desde o início de seu governo, Lula tem buscado retomar os laços com a China, após o abandono durante o governo Bolsonaro. A China é o principal parceiro comercial do Brasil.

As exportações do Brasil para a China no ano passado superaram US$ 100 bilhões pela primeira vez.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e da Folha de S.Paulo

Continue lendo

Assine nossa newsletter
Receba gratuitamente os principais destaques e indicadores da economia e do mercado financeiro.