Combustíveis seguem em patamares elevados, mesmo com medidas para reduzir preços

Com relação ao fim de 2019, o litro da gasolina está 42,3% mais caro e o diesel dobrou de preço, ficando 100,5% mais alto
18 de julho de 2022

O presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores têm usado a queda nos preços dos combustíveis – gasolina e diesel – nas últimas semanas, após corte de impostos federais e a promulgação da lei que limitou a 17% ou 18% a cobrança de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) nos estados, como tentativa para alavancar a campanha à reeleição. No entanto, a realidade é que os preços tiveram apenas uma mínima redução e ainda continuam altos. Dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) mostram que os combustíveis seguem em patamares bem mais elevados que os vistos em anos anteriores.

No fim de 2019, por exemplo, o preço médio do litro da gasolina era de R$ 4,56. O valor médio do diesel era de R$ 3,75. Hoje, o preço médio da gasolina comum no Brasil passou de R$ 7,39 o litro, na semana encerrada em 25 de junho, para R$ 6,49 o litro, na semana terminada em 9 de julho (já sob os efeitos da lei, que foi sancionada em 23 de junho). No caso do diesel, o preço médio passou de R$ 7,57 para R$ 7,52 no período, queda de apenas 0,66%.

Verifica-se que, com relação ao fim de 2019, o litro da gasolina ainda está 42,3% mais caro e o diesel dobrou de preço, ficando 100,5% mais alto.

Dessa forma, as medidas implantadas pelo governo federal impactaram pouco os preços dos combustíveis nos postos de combustíveis. A lei aprovada em junho, além de reduzir o ICMS, zerou a cobrança de impostos federais – PIS/Pasep, Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) – sobre a gasolina e o etanol até o fim de 2022.

Uso eleitoreiro mesmo com queda pouco expressiva dos preços dos combustíveis

O presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, contudo, seguem explorando politicamente e supervalorizando a queda nos preços, com vistas à reeleição de Bolsonaro.

Exemplo disso foi o tuíte do presidente, na última semana (quinta-feira, 14), que chamou a atenção para a redução nos preços dos combustíveis. O mesmo havia sido feito pelo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachida, no dia 10 de julho, quando tuitou que o litro da gasolina estava em R$ 5,89 em um posto de Brasília. No local, segundo ele, o combustível chegou a custar R$ 7,70.

Ainda na internet, também repercutiram as imagens de um apoiador de Bolsonaro em Pernambuco desperdiçando gasolina após a queda dos preços.

À reportagem do UOL, o cientista político Rafael Cortez afirma que os preços mais baixos dos combustíveis, juntamente com medidas como o aumento do Auxílio Brasil (de R$ 400 para R$ 600 até o fim de 2022), pode fazer com que Bolsonaro ganhe alguns pontos percentuais na corrida eleitoral, os quais poderiam ser suficientes para levá-lo ao segundo turno das eleições.

A última pesquisa Datafolha, realizada entre 22 e 23 de junho, mostra Lula com 53% dos votos válidos (aqueles que excluem brancos e nulos). Bolsonaro aparece com 32%, enquanto Ciro Gomes (PDT) soma 10%. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Redação ICL Economia
Com informações do UOL

 

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