Preços caem para famílias pobres e sobem para os mais ricos

Alimentos e energia levam deflação a grupos com renda menor em julho; gasolina pressiona quem tem poder aquisitivo maior, diz Ipea
16 de agosto de 2023

Nesta terça-feira (15), o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgou que o indicador que faz a medição dos preços dos bens e serviços mais consumidos pelas famílias pobres no Brasil registrou queda no mês de julho.

A situação anda na contramão do cenário verificado entre as famílias com rendas consideradas média ou alta, pois nesse caso houve uma inflação (aumento) do indicador de preços.

O levantamento divide a população em seis grupos separados de acordo com os rendimentos domiciliares. Nos lares com renda considerada muito baixa (inferior a R$ 2.015,18), a deflação chegou a -0,28 no mês passado. Esse foi o maior recuo entre os grupos pesquisados.

Famílias pobres foram mais impactadas pela queda nos preços dos alimentos e da energia elétrica em julho

O instituto disse que esse registro foi provocado pela queda dos preços de alimentos consumidos no domicílio. De maneira proporcional, a compra desses produtos impacta mais o orçamento dos mais pobres.

Ainda segundo o Ipea, os segmentos com menor poder aquisitivo também foram os que tiveram maior benefício com o recuo das tarifas de energia elétrica em julho.

Houve também deflação no índice de preços das famílias com renda considerada baixa (entre R$ 2.015,18 e R$ 3.022,76), com uma queda de -0,14.

Por outro lado, a Folha de S.Paulo diz que aqueles que têm maior poder aquisitivo sentiram o impacto do aumento do valor da gasolina, pois utilizam mais o carro, em contraste com os mais pobres.

Para as famílias com renda considerada alta, acima de R$ 20.151,76, a inflação chegou a 0,50% em julho. Esse foi o maior avanço dos preços entre as seis faixas de rendimento pesquisadas.

Outros três grupos pesquisados pelo Instituto também tiveram inflação no mês passado. Entre as famílias com renda média-alta, entre R$ 10.075,88 e R$ 20.151,75, os avanços foram de 0,36%.

Esse número baixa para 0,23% quando se trata dos lares cujo rendimento é médio, entre R$ 5.037,94 e R$ 10.075,88. Já falando das famílias com renda média-baixa, entre R$ 3.022,76 e R$ 5.037,94, o aumento foi menos intenso, marcando 0,02%.

No acumulado de 12 meses até julho, os consumidores mais ricos também registraram a maior variação de preços: 5,09% entre as famílias com renda alta e 4,46% entre aquelas com rendimento médio-alto.

As famílias com renda muito baixa registraram o menor avanço entre as faixas estudadas, de 3,44% nos últimos 12 meses.

Do Diário do Centro do Mundo

 

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