Nesta terça-feira (15), o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgou que o indicador que faz a medição dos preços dos bens e serviços mais consumidos pelas famílias pobres no Brasil registrou queda no mês de julho.
A situação anda na contramão do cenário verificado entre as famílias com rendas consideradas média ou alta, pois nesse caso houve uma inflação (aumento) do indicador de preços.
O levantamento divide a população em seis grupos separados de acordo com os rendimentos domiciliares. Nos lares com renda considerada muito baixa (inferior a R$ 2.015,18), a deflação chegou a -0,28 no mês passado. Esse foi o maior recuo entre os grupos pesquisados.
Famílias pobres foram mais impactadas pela queda nos preços dos alimentos e da energia elétrica em julho
O instituto disse que esse registro foi provocado pela queda dos preços de alimentos consumidos no domicílio. De maneira proporcional, a compra desses produtos impacta mais o orçamento dos mais pobres.
Ainda segundo o Ipea, os segmentos com menor poder aquisitivo também foram os que tiveram maior benefício com o recuo das tarifas de energia elétrica em julho.
Houve também deflação no índice de preços das famílias com renda considerada baixa (entre R$ 2.015,18 e R$ 3.022,76), com uma queda de -0,14.
Por outro lado, a Folha de S.Paulo diz que aqueles que têm maior poder aquisitivo sentiram o impacto do aumento do valor da gasolina, pois utilizam mais o carro, em contraste com os mais pobres.
Para as famílias com renda considerada alta, acima de R$ 20.151,76, a inflação chegou a 0,50% em julho. Esse foi o maior avanço dos preços entre as seis faixas de rendimento pesquisadas.
Outros três grupos pesquisados pelo Instituto também tiveram inflação no mês passado. Entre as famílias com renda média-alta, entre R$ 10.075,88 e R$ 20.151,75, os avanços foram de 0,36%.
Esse número baixa para 0,23% quando se trata dos lares cujo rendimento é médio, entre R$ 5.037,94 e R$ 10.075,88. Já falando das famílias com renda média-baixa, entre R$ 3.022,76 e R$ 5.037,94, o aumento foi menos intenso, marcando 0,02%.
No acumulado de 12 meses até julho, os consumidores mais ricos também registraram a maior variação de preços: 5,09% entre as famílias com renda alta e 4,46% entre aquelas com rendimento médio-alto.
As famílias com renda muito baixa registraram o menor avanço entre as faixas estudadas, de 3,44% nos últimos 12 meses.
Do Diário do Centro do Mundo