Senado aprova convite para ouvir presidente do Banco Central em 4 de abril. Campos Neto vai explicar por que a Selic está tão alta

Além de ouvir Roberto Campos Neto, os senadores também aprovaram convites para ouvir ministros sobre seus planos para as pastas nos próximos anos
15 de março de 2023

Em meio às críticas de integrantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à taxa básica de juros (Selic), atualmente em 13,75% ao ano, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) aprovou, ontem (14), um convite ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para que ele dê explicações sobre o assunto. A pedido da assessoria do Banco Central, a audiência foi marcada para o dia 4 de abril.  

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou também o patamar da taxa de juros brasileira, que representa a maior do mundo em termos reais (quando descontada a inflação estimada para os próximos doze meses). Ele disse que  o alto nível da taxa de juros pelo Banco Central é, hoje,  o “principal problema econômico” do Brasil.

A  Selic colabora para a desaceleração da economia, aumentando também a inadimplência e colocando as empresas em maiores dificuldades financeiras. Esse conjunto de fatores têm sido apontados pelo presidente Lula para criticar o atual patamar da taxa. 

Agora, a expectativa de analistas é de que, devido à crise instituída no mercado americana pela falência do Silicon Valley Bank (SVB), voltado a startups, e do Signature Bank (criptomoedas), o Fed (Federal Reserve) ponha o pé no freio do aumento da taxa de juro dos EUA e isso acabe reduzindo as pressões sobre autoridade monetária brasileira.  

Além do presidente do Banco Central, Senado também quer ouvir ouvir ex-executivos das Lojas Americanas

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Crédito: Pedro França/Agência Senado
Fonte: Agência Senado

Em outra frente, além do presidente do Banco Central,  a CAE também aprovou um requerimento para que ex-integrantes das Lojas Americanas prestem esclarecimentos sobre as dívidas da empresa, estimada em quase R$ 50 bilhões, e que resultou no pedido de recuperação judicial da empresa. Entre os convidados estão os ex-diretores das Americanas Miguel Gomes Pereira Sarmiento Gutierrez, Anna Christina Ramos Saicali, José Timotheo de Barros e Marcio Cruz Merelles e o ex-CEO da empresa Sergio Rial.

Também foram convidados para participar da audiência, marcada para o dia 28 de março, o presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Isaac Sidney Menezes Ferreira, e o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Nascimento. Por se tratar de convite, nenhum deles é obrigado a comparecer.

A crise da Americanas está no radar do mercado, devido aos riscos de que ela gere uma crise de crédito no país. Com isso, economistas também esperam que o Copom (Comitê de Política Monetária) comece a reduzir a taxa básica de juros, para não travar ainda mais o crescimento da economia brasileira. 

Como é tradicional em todo início de Legislatura, também ontem a Comissão de Infraestrutura aprovou convites para ouvir vários ministros sobre programas de suas pastas. O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, deverá falar sobre a previsão de cobertura de telefonia celular e internet 5G no país. Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento, da estrutura básica das cidades. Luciana Santos, ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, da infraestrutura tecnológica do país. Já Márcio França, dos Portos e Aeroportos, e Renan Filho, do Trabalho, vão tratar das ações de suas pastas nos próximos dois anos.

A Comissão de Desenvolvimento Regional (CDR) também aprovou convites para ouvir ministros. O colegiado quer saber dos planos para os próximos dois anos de Daniela Carneiro, do Turismo; Jader Filho, das Cidades, e Waldez Góes, da Integração e Desenvolvimento Regional.

As datas de comparecimento das autoridades nas comissões de Infraestrutura e Desenvolvimento Regional ainda não foram definidas.

Redação ICL Economia
Com informações da Agência Brasil

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