Mercado financeiro eleva projeção do PIB para 0,85% este ano, segundo o Boletim Focus. IPCA se mantém estável em 5,90%

Para 2024, os analistas mantiveram a previsão de crescimento da economia em 1,5%, assim como a projeção do IPCA, que também se manteve em 4,02%
6 de março de 2023

Representantes do mercado financeiro consultados para o Boletim Focus, do Banco Central, elevaram pela terceira vez consecutiva as projeções para o PIB (Produto Interno Bruto) deste ano. No documento divulgado nesta segunda-feira (6), eles projetam que a economia brasileira vai crescer de 0,84% para 0,85%. Já para a inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), eles mantiveram a projeção em 5,90% ao ano.

Para o Boletim Focus, foram ouvidas mais de cem instituições financeiras na semana passada sobre as projeções para a economia. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, e o indicador serve para medir a evolução da economia brasileira.

Para 2024, os analistas mantiveram no boletim a previsão de crescimento permaneceu estável em 1,5%.

Em 2022, o PIB brasileiro cresceu 2,9%, ante 5% do ano anterior. Os dados do boletim foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na semana passada.

Em relação à inflação, depois de dez altas consecutivas, o mercado manteve a estimativa de inflação para este ano em 5,90%. Em certa medida, a informação é um sinal de apaziguamento nas relações entre o mercado financeiro e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tem criticado a política de juros do Banco Central e, também, o mau humor do mercado em relação a declarações e anúncios feitos pela equipe do petista.

Para este ano, a meta central de inflação, de acordo com o boletim, foi fixada em 3,25% pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%. Ou seja, se as projeções do mercado se confirmarem, será o terceiro ano seguido de estouro da meta.

No ano que vem, a projeção de inflação do mercado financeiro ficou estável em 4,02%. A meta do IPCA definida pelo Conselho Monetário Nacional, que reúne os ministérios da Fazenda, Planejamento e BC, é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.

Boletim Focus: previsão para a taxa básica de juros também se manteve estável para 12,75% este ano

Quanto à taxa básica de juros (Selic), os analistas do mercado financeiro mantiveram a projeção de estabilidade em 12,75% até o fim de 2023. Atualmente, a Selic está em 13,75% e tem sido alvo de críticas contundentes do presidente Lula e de sua equipe econômica.

Recentemente, Haddad voltou a criticar o patamar da taxa de juros brasileira, que é a maior do mundo em termos reais (quando descontada a inflação estimada para os próximos doze meses). O ministro da Fazenda disse que o governo federal está atuando para conter a inflação no médio e longo prazo, mesmo com a elevação  dos impostos sobre combustíveis. Na avaliação de Haddad, o alto nível da taxa de juros é, hoje,  o “principal problema econômico” do Brasil. Apesar disso, afirmou que não está pressionando o Banco Central.

A despeito das críticas, o Copom vem sinalizando que os juros vão se manter altos por um período mais prolongado, o que, na opinião do presidente Lula, não contribui em nada para o crescimento econômico.

Para o fim de 2024, a projeção do mercado para o juro básico da economia ficou estável em 10% ao ano.

No Boletim Focus, o mercado também prevê a manutenção da taxa de câmbio, para o fim de 2023, em R$ 5,25, enquanto que para o ano que vem ela também ficou estável em R$ 5,30.

Houve ligeira queda na projeção do saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), que recuou de US$ 57,4 bilhões para US$ 57 bilhões de superávit em 2023. Para 2024, a expectativa para o saldo positivo subiu de US$ 54,5 bilhões para US$ 55 bilhões.]

Por fim, a entrada de investimento estrangeiro direto permaneceu em US$ 80 bilhões este ano, enquanto que, para o ano que vem, a estimativa continuou também em US$ 80 bilhões.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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