Os reajustes salariais negociados em março deste ano superaram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em 85,7%, de acordo com dados fornecidos pelo Dieese. Durante os três primeiros meses de 2024, a maioria dos ajustes salariais realizados excedeu a inflação em mais de 85% dos casos.
Segundo o Dieese, a valorização do salário mínimo em janeiro, que ficou 6,97% acima do valor vigente desde maio de 2023, teve um papel significativo no desempenho das negociações no início do ano.
No primeiro trimestre, cerca de um quarto das negociações resultou em reajustes percentuais entre 6,5% e 7,5%, resultando, conforme o Dieese, em ganhos reais variando de 2,8% a 3,6% acima da inflação.
Atualmente, a variação real média das correções em março é de 1,52%. No entanto, com a inclusão dos novos resultados das datas-base de janeiro e fevereiro, os valores reais médios correspondentes a esses meses sofreram uma leve redução: de 1,91% para 1,81% em janeiro e de 1,63% para 1,57% em fevereiro.
Indústria liderou percentual de reajustes salariais
No acumulado do primeiro trimestre, o Dieese destaca que 86,1% dos 1.825 resultados analisados registraram ganhos reais. Apenas 10,7% das correções foram equivalentes ao INPC, enquanto os 3,2% restantes ficaram abaixo da variação do índice inflacionário. A variação real média em 2024 é de 1,75%.
Em relação aos setores econômicos, a indústria lidera com o maior percentual de reajuste sobre o INPC, atingindo 88%. Os serviços e o comércio vêm em seguida, respectivamente, com 86,9% e 76%.
Por região, a maior correção foi observada no Sudeste, com 89,6%, enquanto a menor ocorreu no Nordeste, com 82,1%.
Da Redação do ICL Economia
Com informações do Dieese