A crise econômica mundial em 2023 vai ser sentida também pelos países que não entrarem em recessão, segundo relatório de projeções do FMI (Fundo Monetário Internacional). Uma série de acontecimentos no mundo, cada vez mais, reforçam a perspectiva negativa. Entre eles, estão a invasão da Ucrânia pela Rússia, os altos preços de energia e alimentos e as pressões inflacionárias. Diante deste cenário, o FMI tem recomendado o aumento da taxa de juro para a redução da inflação. Para os economistas do ICL Economia, André Campedelli e Deborah Magagna, o reflexo disso atinge também o Brasil, porque uma queda do ritmo de atividade global em países desenvolvidos não acontece de forma isolada e existe uma tendência grande de efeito contágio.
“O ano de 2023 pode não ser a maravilha que estamos imaginando, pela situação externa que está apontando para uma grave crise econômica há pelo menos alguns meses. Então, apertem os cintos, pois o mundo agora está entrando em uma área de forte crise econômica mundial, e imaginar que vamos passar ilesos por isso é ingenuidade”, afirma os economistas.
Crise: Estados Unidos e alguns países da União Europeia já estão entrando tecnicamente em recessão
Os Estados Unidos há dois trimestres registram queda do PIB, entrando tecnicamente em recessão. Além disso, na Europa, os dados divulgados pela Inglaterra também já têm apontado, em seus relatórios mais recentes, para uma possível queda no nível de atividade econômica e a Alemanha apresentou, além da forte inflação, um resultado comercial bastante preocupante, com déficit na balança comercial pela primeira vez em anos.
A China não foi citada pela dinâmica própria que o país vem conduzindo sua economia, com fortes restrições para tentar controlar os pequenos surtos de COVID ainda existentes no país. Mas com certeza esse é um país que também pode contribuir para a crise econômica mundial preocupante no futuro.
Segundo o relatório do FMI, os riscos inflacionários de injetar muito dinheiro na economia para proteger as famílias em um momento em que os bancos centrais estavam aumentando as taxas de juros para desacelerar os gastos e devolver a inflação a níveis baixos. O relatório disse que não se pode provocar uma expansão da política fiscal em momento de redução da política monetária.
O FMI ainda criticou medidas para blindar a população dos aumentos de preço de energia às custas do endividamento do Estado, políticas adotadas por Reino Unido e Alemanha.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias