O anúncio do Ministério da Economia sobre o fato de o país ter fechado o mês de janeiro de 2022 com saldo 155.178 empregos formais, segundo balanço do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), mascara outra realidade. Ao analisar os números, constata-se que a variação positiva foi de apenas 0,38% em relação ao estoque do mês anterior.
O saldo de janeiro foi resultado de 1.777.646 admissões e 1.622.468 desligamentos, demonstrando que os números são insuficientes para uma trajetória sustentável de recuperação do emprego a longo prazo. A taxa de desemprego é de 11,1% (dados do IBGE para o trimestre encerrado em dezembro/2021), e a falta de trabalho ainda atinge 12 milhões de brasileiros.
Outro ponto a ser destacado nos dados do Caged é o salário médio de admissão para o conjunto do território nacional, que, em janeiro/2022, foi de R$ 1.920,59. Comparado ao mês anterior, houve aumento real de R$ 115,24 no salário médio de admissão, mas o valor ainda é abaixo de dois salários mínimos (valor do salário mínimo – R$ 1.212,00). Isso significa a baixa qualidade dos empregos gerados.
Arrocho salarial
O arrocho salarial dos brasileiros fica evidente quando a média salarial de admissão em janeiro/2022 está abaixo da registrada entre os meses de março a junho/2021: R$ 1.958,41(março); R$ 2.007,85 (abril); R$ 1.927,35 (maio); R$ 1.926,24 (junho). Se compararmos os últimos 12 meses, o salário médio dos trabalhadores caiu R$ 23,61 entre janeiro/2021 e janeiro/2022 (de R$ 1.944,20 para R$ R$ 1.920,59), isso com uma inflação registrada de 10,16%. (Veja o levantamento completo aqui).
O número elevado de pessoas disputando uma vaga no mercado de trabalho ainda é fator que comprime o espaço para ganhos reais nos salários de contratação. Ou seja, para sair do desemprego, os candidatos têm aceitado ganhar um valor menor.
Redação ICL Economia
Com informações das Agências