Governo Lula está trabalhando para melhorar a conjuntura econômica e cenário de hoje está diferente daquele de quando o BC elevou a Selic para o atual nível
A última vez que a autoridade monetária elevou a taxa básica de juros da economia foi em setembro passado. A partir daí, ela foi mantida no patamar atual, o maior desde novembro de 2016
"E hoje, para controlar a inflação e a expectativa do ano que vem, teríamos que ter juros de 18,75% [ao ano]. Se não tivéssemos [elevado a Selic], a inflação ia contaminar e subir bastante", disse o presidente do BC
Comentarista de economia do ICL, André Roncaglia diz que a última ata do Copom "traz contradições, falácias e ameaças veladas ao governo, mostrando que o BC age politicamente"
Para economista do ICL André Campedelli, autoridade monetária insiste no discurso de que, devido à inflação de demanda, é preciso manter a taxa de juros no atual patamar. Além disso, BC quer se colocar como balizador da política econômica, quando deveria focar no seu papel
BC argumentou que decisão foi necessária devido à "deterioração adicional" das expectativas de inflação. Haddad espera que na ata da reunião BC baixe o tom, ao reconhecer todos os esforços que vêm sendo feitos pelo governo para reequilibrar as contas
Em entrevista ao Canal Livre, da Band, Lara Resende diz que manter a Selic no patamar atual vai na contramão do que determina a lei que deu autonomia ao BC. Bresser-Pereira diz que independência do banco é "truque ideológico dos neoliberais"
Em entrevista à rede CNN, deputada federal criticou manutenção de taxa de juros em 13,75% ao ano, mas ressaltou que crtica não é sobre "uma pessoa", mas à política
Para Eduardo Moreira, do ICL, Lula tem razões nas críticas, porque Banco Central já mostrou, historicamente, que tem independência política, mas não é independente da Faria Lima
Na última edição do Boletim Focus, do BC, as cem instituições consultadas subiram de 5,48% para 5,74% a projeção de inflação para este ano, o que dificultaria a redução dos juros