O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) atualizou previsões para o cenário econômico no Brasil e também em relação às perspectivas internacionais, elevando a previsão do PIB para os Estados Unidos, China e na Área do Euro. A previsão que estava em 0,4% no último relatório chegou a 0,9% nos Estados Unidos, enquanto para a Área do Euro a previsão de recessão de 0,1% agora deu lugar a uma previsão de alta de 0,5%. Para a China, a previsão que se encontrava em 4,8% agora se encontra em 5,3%. Os novos números do Ipea foram divulgados na Carta de conjuntura do primeiro trimestre de 2023.
Em relação à inflação, o pessimismo também diminuiu, com uma previsão inflacionária menor nas três áreas observadas. Nos Estados Unidos, a previsão era de uma inflação de 4,3% que chegou a 4,1%, já para a Área do Euro, a inflação prevista se encontrava em 6%, que caiu para 5,7%. Para a China, era esperada uma inflação de 7,1% e agora se espera uma inflação de 6,5%. A queda internacional do preço das commodities ajudou a reduzir a perspectiva inflacionária neste momento em todo o mundo.
No novo cenário econômico divulgado pelo Ipea, crescimento do Brasil está ligado à agropecuária
Em relação ao Brasil, também ocorreram mudanças importantes, tanto para as previsões deste ano quanto do próximo. É esperado para este ano no Brasil um PIB de 1,4%, com aumento da agropecuária de 11,6%, da indústria de 0,4% e do setor de serviços de 0,6%.
Para o próximo ano, a previsão foi de um crescimento de 2%, com uma alta de 1% da agropecuária, de 2,2% da indústria e de 1,9% do setor de serviços. “É possível ver que estamos num cenário de crescimento bastante preocupante para este ano, dependendo muito da agropecuária e com crescimento medíocre nas demais áreas”, afirmam os economistas do ICL Deborah Magagna e André Campedelli.
Em relação à inflação, o IPEA também fez mudanças em sua previsão. Agora é esperada uma inflação total de 5,6% para este ano, valor acima da meta estabelecida no regime de metas. O maior impacto deve vir dos preços monitorados, onde estão as tarifas públicas e os combustíveis, com inflação prevista de 8,6% destes itens. Para os alimentos, é esperada uma alta de 4,5%, enquanto para os demais preços livres, é esperada uma inflação de 3%. Para os serviços, passou a ser esperada uma inflação de 6%.
Segundo os economistas do ICL, as previsões do IPEA apresentaram um cenário mais otimista em relação ao cenário internacional, mas ainda com uma situação muito difícil no cenário interno. O PIB deste ano deve ser muito dependente da agropecuária, com crescimento muito baixo do setor de serviços e da indústria. “Isso mostra
novamente os desafios do começo do governo Lula, de dar maior dinamismo à economia brasileira e
melhorar o crescimento destas duas áreas específicas”, concluem os especialistas.
Redação ICL Economia
Com informações do Economia para Todos – Boletim Diário de Notícias Econômicas e Atualização do Mercado