O FMI (Fundo Monetário Internacional) melhorou as projeções de crescimento para a economia brasileira neste ano, o que é uma boa notícia em meio às tensões que cercam o cenário internacional. Em seu relatório de julho, o organismo internacional previa que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresceria 2,1% este ano. Agora, o FMI prevê que a economia brasileira vai crescer 3,1% em 2023.
A nova edição do relatório “Perspectiva Econômica Global” foi divulgada nesta terça-feira (10). Ao rever a projeção, o FMI citou “uma agricultura dinâmica e serviços resilientes no primeiro semestre de 2023″ e, também, o consumo, que se “manteve forte, apoiado pelo estímulo fiscal”.
Também foi elevada a projeção de crescimento do PIB brasileiro para 2024, de 1,2% para 1,5%.
A projeção do FMI está melhor que a do mercado financeiro. Analistas consultados para o Boletim Focus do Banco Central, divulgado ontem (9), veem uma expansão de 2,92% do PIB para este ano e de 1,5% para 2024.
Por sua vez, o Ministério da Fazenda vê expansão de 3,2% em 2023 e de 2,3% em 2024, enquanto o BC calcula altas de 2,9% e 1,8%, respectivamente.
No segundo trimestre de 2023, a economia brasileira cresceu 0,9% em relação aos três meses anteriores, depois de uma expansão de 1,8% no primeiro trimestre.
O Conselho Executivo do FMI também já havia elogiado a atual política monetária do Brasil, considerando-a “apropriada”, e pediu a continuação de uma abordagem orientada para o futuro e baseada em dados.
Em relação à inflação brasileira, o FMI calcula o indicador em uma média de 4,7% e 4,5% respectivamente em 2023 e 2024, com a alta dos preços ao final de cada período em 4,9% e 3,9%.
Analistas do mercado financeiro, conforme o Boletim Focus, mantiveram a expectativa de inflação para este ano em 4,86%, mas elevaram levemente a projeção para 2024, de 3,87% para 3,88%.
Melhora na projeção da economia brasileira pelo FMI aumenta expectativa de crescimento da América Latina
O aumento da estimativa do PIB brasileiro impulsionou a melhora da estimativa de crescimento da América Latina e Caribe como um todo este ano.
Pelas projeções do fundo, o PIB da América Latina e Caribe cresceu em 0,4 e 0,1 ponto percentual em 2023 e 2024, respectivamente, com expansão de 2,3% em cada um dos anos, ante 1,9% previsto em julho. No ano passado, a região cresceu 4,1%.
A desaceleração, segundo o FMI, ocorre devido a uma “normalização do crescimento, juntamente com o efeito de políticas monetárias mais apertadas, um ambiente externo mais fraco e preços mais baixos das commodities”.
Na semana passada, o crescimento do México foi revisado para cima em 0,6 ponto percentual, para 3,2%, com o FMI citando uma recuperação pós-pandemia que está se consolidando na construção e nos serviços, enquanto a economia ainda se beneficia da demanda dos Estados Unidos.
Já o Chile e a Argentina devem ser as economias a registrarem mais contração na região, segundo o FMI.
No caso da Argentina, o relatório do FMI prevê contração de 2,5% no PIB do país em 2023. Porém, para 2024, a expectativa é de crescimento na marca de 2,8%.
Na avaliação do fundo, a política econômica argentina deve continuar mais restritiva do que em outros países emergentes, dado o tamanho de sua dívida, que permanece elevada.
No total, o Fundo já desembolsou cerca de US$ 36 bilhões para a Argentina, que segue um plano de reestruturação da instituição e tem apresentado dificuldades para honrar a dívida.
Em relação às projeções para as economias emergentes e em desenvolvimento, que também incluem o Brasil e têm forte peso da China, foram mantidas para 2023 e revisadas para baixo em 0,1 ponto percentual no ano que vem. Em ambos os casos, a previsão é de crescimento de 4,0%, após um crescimento de 4,1% calculado em 2022.
As perspectivas de inflação do FMI para o mundo todo diminuíram, dada as políticas monetárias com juros mais altos para controlá-las que vêm sendo adotadas pelos bancos centrais.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias