Dentro da expectativa, o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) manteve a taxa de juros do país inalterada nesta quarta-feira (13), em uma faixa de 5,25% a 5,50% ao ano. A decisão foi unânime. Esse continua sendo o maior nível das taxas desde 2001, com impacto na rentabilidade dos Treasuries (títulos públicos norte-americanos), no mercado de ações e no dólar.
A autoridade, no entanto, sinalizou que o aperto histórico chegou ao fim e cortes ocorrerão em 2024. No entanto, apontou que a inflação ainda inspira cuidados.
A decisão de hoje era esperada pelo mercado financeiro. Mais cedo, o Fed Funds do CME Group apontava para 98,3% de chances de uma manutenção da taxa de juros.
Neste ano, a autoridade monetária dos EUA optou por reajustes mais modestos dos juros, elevando a taxa em 0,25 ponto percentual três vezes consecutivas. Após uma pausa na reunião de junho, a autoridade voltou com um aperto no mesmo patamar em julho. Depois, foram realizadas mais três manutenções — incluindo a de hoje.
Agora, o mercado segue atento à entrevista coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell, concedida após o anúncio da decisão. Ele disse que “o Fed está comprometido em trazer a inflação de volta para 2%”.
Powell abordou dois dados econômicos recentes que levaram a autoridade monetária a manter a taxa no nível atual. Segundo ele, “a inflação diminuiu das máximas, e isto ocorreu sem um aumento significativo do desemprego”. “Isso é uma notícia muito boa. Mas a inflação ainda está elevada; o progresso da redução não está garantido e o caminho a seguir é incerto”, ponderou.
Ontem (12), foi divulgada a inflação do consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA, que subiu 0,1% em novembro, após mostrar estabilidade em outubro, segundo dados com ajuste sazonal do Departamento do Trabalho americano. Ante outubro de 2022, a alta foi para 3,1%.
Na semana passada, foi divulgado o relatório mensal de empregos, o payroll, que veio acima do esperado por analistas. Os dados mostram que foram criadas 199 mil novas vagas em novembro, enquanto eram projetadas 180 mil.
Presidente do Federal Reserve diz que se economia evoluir dentro do projetado, taxa deve chegar a 4,6% no fim de 2024
Na coletiva que acontece no momento de fechamento deste texto, Powell disse que, “se a economia evoluir conforme projetado”, a taxa de juros pode chegar a “4,6% no fim de 2024, 3,6% no final de 2025 e 2,9% no final de 2026”.
Ele disse que a autoridade monetária está empenhada em seguir uma política “suficientemente restritiva para reduzir a inflação de forma sustentável para 2% e em manter a política restritiva até estarmos confiantes de que a inflação está no caminho desse objetivo”.
No comunicado anunciado com a decisão, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) informou que indicadores recentes sugerem que a atividade econômica do país “desacelerou em relação ao ritmo forte registrado no terceiro trimestre”.
A afirmação representa uma atualização frente ao último comunicado, em novembro, quando o colegiado destacou o avanço do ritmo da atividade econômica.
Entre julho e setembro, o PIB norte-americano subiu a uma taxa anual de 4,9%, o maior crescimento desde 2021.
O Fomc também menciona a inflação no comunicado. O colegiado reafirmou que a taxa segue elevada nos Estados Unidos, mas, dessa vez, reconheceu que “a inflação diminuiu no último ano”.
No entanto, o comunicado reforça que, embora os ganhos no emprego tenham sido moderados desde o início do ano, o mercado de trabalho continua forte e a taxa de desemprego permanece baixa.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias