O ano de 2023 terminará com resultados acima daqueles esperados no final de 2022. A inflação se mantém dentro da meta prevista e a retração dos preços dos alimentos deu alívio para as famílias brasileiras, principalmente as de baixa renda. Essas análises integram o Boletim de Conjuntura, de dezembro de 2023, elaborado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
A publicação lembra que o país cresceu e a expectativa é que a variação do PIB (Produto Interno Bruto) seja de 3%, “superior às estimativas feitas no início do ano”.
A respeito do mercado de trabalho, o Dieese lembra que “a melhora se traduz em empregos com carteira assinada e maior consumo das famílias, também estimulado pelas políticas de transferência de renda”.
Além disso, as negociações coletivas registram resultados positivos, com muitas categorias alcançando reajustes acima da inflação, em decorrência da melhora de alguns indicadores.
Outro aspecto abordado pelo Dieese na análise de conjuntura é a aprovação da política de valorização do salário mínimo; o novo recadastramento do Bolsa Família; o arcabouço fiscal, que flexibiliza o teto de gastos; o projeto de lei da igualdade salarial entre homens e mulheres; a sanção do piso nacional da enfermagem; e o programa de incentivo à negociação de dívidas de pessoas físicas, o Desenrola Brasil; além da implementação do Novo PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), entre outras iniciativas do governo.
“Várias pautas que interessam à classe trabalhadora retornaram para o centro do debate, como a criação de grupos de trabalho para fortalecer a negociação coletiva e as entidades sindicais, e para avançar na regulamentação do trabalho por aplicativo”, aponta a publicação.
Para 2024, Dieese prevê desafios ainda mais profundos ao governo brasileiro
A respeito do próximo ano, o Dieese avalia que o Brasil enfrentará desafios ainda mais profundos. “Ao apostar no crescimento impulsionado pelo investimento do setor público, é necessário transpor debates importantes, como as taxas de juros muito acima do necessário e a possibilidade de manter as despesas do governo dentro das regras do novo arcabouço fiscal. Também há necessidade de melhorar a qualidade dos empregos gerados, elevar o rendimento do trabalho e criar condições para estimular a indústria brasileira, estagnada nos últimos anos”, diz o trecho do Boletim.
A conjuntura também será desafiadora fora de casa, na avaliação do Dieese. “Entre os principais compradores dos produtos brasileiros estão China, EUA e Argentina, que passam por dificuldades em 2023: diminuição de crescimento econômico, inflação e endividamento interno e externo, no caso argentino. O mundo ainda assiste à guerra da Rússia com a Ucrânia, quadro que tem trazido impactos negativos para o comércio internacional”, diz.
Somado a isso, o conflito Israel versus Hamas subiu na escala, impingindo muito sofrimento ao povo palestino, e trazendo consequências ao preço internacional do petróleo.
Apesar do cenário externo preocupante, “as exportações brasileiras podem seguir em expansão, impulsionadas pelas commodities alimentícias e pelo petróleo cru, que vem ganhando protagonismo na pauta de exportação”.
Para acessar a versão completa do Boletim de Conjuntura do Dieese, clique aqui.
Redação ICL Economia
Com informações do site Dieese.org.br