No momento em que o Brasil se comove com a tragédia climática no Rio Grande do Sul, o mercado financeiro se preocupa com o início da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, nesta terça-feira (7), que definirá o novo patamar da taxa básica de juros, a Selic. A decisão será anunciada amanhã (8), após o fechamento da Bolsa.
A dúvida que paira é sobre o tamanho do corte. Há algumas semanas, o mercado ainda apostava em um corte de 0,50 ponto percentual. Mas, na divulgação do Boletim Focus do BC ontem (6), ficou claro que os analistas consultados para o relatório apostam em um corte menor.
Os representantes do mercado consultados para o relatório projetam que a Selic encerrará 2024 em 9,63% ante 9,50% projetados no boletim divulgado na semana passada. Atualmente, a taxa básica de juros está em 10,75%.
Na última reunião do Copom, em março, o colegiado sinalizou em seu comunicado a redução de 0,50 ponto percentual na taxa.
Contudo, na visão do mercado, muita água rolou por debaixo da ponte de lá para cá. Os dados da economia norte-americana pioraram, houve mudança das metas fiscais dos próximos anos por aqui, além de um período de alta do dólar.
A cereja nesse bolo de incertezas foi a fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que, se a incerteza continuar elevada como atualmente, “pode significar a redução no ritmo (de corte da Selic)”.
É preciso ver como Copom fará a leitura do respiro vindo dos EUA com o payroll
Na sexta-feira passada, foi divulgado nos Estados Unidos o relatório payroll (folha de pagamentos não agrícolas), mostrando criação de empregos abaixo do esperado e taxa de desemprego um pouco maior.
Os dados mostram que o mercado de trabalho norte-americano pode estar desacelerando, reduzindo, desse modo, as pressões inflacionárias e, consequentemente, sobre a política monetária. Até hoje, os mercados mundiais reverberam essa onda de otimismo de que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) pode cortar os juros por lá nos próximos meses.
Na Bolsa, os contratos de opção do Copom passaram a indicar que a maioria aposta em um corte de 0,25 ponto. No fechamento de sexta-feira, eram 72% contra 27,50% que acreditavam em 0,50 ponto percentual de corte.
A resposta, no entanto, só será conhecida nesta quarta-feira, após o fechamento da B3. Além disso, é preciso ver se a decisão será consensual entre os nove membros do colegiado e o que o comunicado a ser divulgado sinalizará. A conferir.
Da Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias