Dados do contingenciamento de R$ 2,63 bilhões do orçamento se tornam públicos após pedido via Lei de Acesso à Informação

Ministério do Desenvolvimento Regional foi o mais atingido pelo bloqueio de bilhões do orçamento, com R$ 1,2 bilhão contingenciado, seguido pelo Ministério da Saúde (R$ 718,4 milhões)
20 de outubro de 2022

Depois de muita insistência, o Ministério da Economia divulgou na quarta-feira (19) que o bloqueio adicional de R$ 2,63 bilhões do orçamento deste ano atinge 11 pastas. Os dados foram apresentados pela Economia após pedido via Lei de Acesso à Informação (LAI). O Ministério do Desenvolvimento Regional foi o mais atingido pelo bloqueio, com R$ 1,2 bilhão contingenciado, seguido pelo Ministério da Saúde (R$ 718,4 milhões), Ministério da Cidadania (R$ 384,3 milhões), Ministério da Agricultura (R$ 196,2 milhões), Ministério da Educação (R$ 51,3 milhões), Ministério da Justiça (R$ 18,4 milhões).

No acumulado do ano, o bloqueio total no orçamento está em R$ 10,5 bilhões. Recentemente o presidente candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, cortou verbas destinadas a 12 programas da Saúde, à Educação, entre outros.  A manobra do governo foi feita para privilegiar o orçamento secreto, instrumento de barganha do Executivo em troca de apoio no Congresso Nacional, e também para subsidiar benefícios eleitoreiros para virarem votos no segundo turno.

O decreto de contingenciamento de R$ 2,63 bilhões do orçamento  foi publicado em 30 de setembro, mas o governo não fez anúncio oficial do montante que coube a cada pasta até quarta-feira (19). Normalmente, o detalhamento dos valores bloqueados em cada ministério sai dias após a divulgação do relatório. Mas, nesse caso, só se tornou público após pedido via Lei de Acesso à Informação.

O bloqueio de bilhões do orçamento ocorre porque o governo precisa cumprir a regra do teto de gastos, que limita o crescimento das despesas da União à inflação do ano anterior. Com o crescimento de despesas obrigatórias (salários e previdência, por exemplo), a União tem que cortar gastos “opcionais” para fechar a conta.

Apesar de não obrigatórias, essas despesas também são importantes para a manutenção dos serviços públicos – incluem as contas de luz e água dos prédios oficiais e os contratos de serviços terceirizados.

Bloqueio de bilhões do orçamento atingiu em cheio a Educação


No início do mês, enquanto o governo não detalhava os valores bloqueados por pasta, o orçamento do Ministério da Educação foi alvo de críticas. Isso porque a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) disse ter sido informada pelo MEC que o último contingenciamento atingia R$ 328,5 milhões da educação superior.

Diante da repercussão, o ministro da Educação, Victor Godoy ,negou que tenha havido um corte no orçamento das universidades e institutos federais. Um dia depois, disse que o montante seria liberado.

A cada dois meses, o Ministério da Economia faz uma avaliação das receitas e despesas do governo. E, se necessário, anuncia um novo bloqueio de recursos. Porém, o valor bloqueado por pasta só costuma ser divulgado pelo Ministério da Economia depois da publicação do decreto de programação orçamentária.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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