A ministra do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, Marina Silva, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, serão os representantes do governo brasileiro no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, que começa nesta segunda-feira (16). Na mesa de discussões, o desafio de buscar um desenvolvimento cada vez mais sustentável em um cenário de possível recessão global, com as principais economias mundiais tendo que lidar com o aumento do custo de vida e, consequentemente, da inflação.
Para o Brasil, o fórum, que reúne lideranças das nações mais ricas, será a chance de o Brasil voltar à cena internacional em grande estilo, depois do desastre que o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) representou para o país em termos de imagem internacional.
Haddad e, principalmente, Marina Silva, cuja imagem internacional é de bastante prestígio por sua luta em favor das questões ambientais, terão a chance de poder mostrar que o Brasil é um país seguro e bastante atraente para investidores externos, sendo uma alternativa, portanto, a um mundo que enfrenta uma guerra sem data para acabar (Ucrânia), a maior crise sanitária mundial em um século e a combinação de inflação e desaceleração econômica nas principais economias do planeta.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foi bastante celebrado em sua participação há 20 anos, abriu mão do convite para fazer dos vizinhos Argentina e Uruguai suas primeiras visitas internacionais, na próxima semana, e, principalmente, para poder participar ativamente das investigações sobre os atos terroristas contra as sedes dos três poderes em Brasília, no domingo 8 de janeiro.
Haddad quer levar a mensagem ao Fórum Econômico Mundial de que o governo Lula está comprometido com a responsabilidade econômica e as questões ambientais
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, assessores do Ministério da Economia disseram que Haddad quer levar às lideranças presentes no Fórum Econômico Mundial a mensagem de que o governo brasileiro está “comprometido com um novo arcabouço fiscal”, que substituirá o teto de gastos, com a responsabilidade econômica e com a questão ambiental, uma demanda crescente do fórum e do sistema econômico internacional.
Além disso, Haddad quer mostrar às lideranças internacionais que as instituições no país são sólidas e não há ameaça de quebra instuticional após os ataques terroristas do dia 8 de janeiro, feitos por apoiadores do ex-presidente Bolsonaro.
Haddad também aproveitar a chance para vender melhor o pacote econômico de R$ 242,7 bilhões para reduzir o rombo previsto no Orçamento de 2023 (R$ 231 bilhões) e conter o avanço da dívida pública, após a bomba fiscal deixada pelo governo anterior. Ele participará apenas dos três primeiros dias do encontro.
Já Marina deve tratar sobretudo da Amazônia, que se tornou alvo de grande preocupação de atores externos após a política ou a falta de política do governo Bolsonaro para o meio ambiente.
Ela e Haddad terão um painel especial no evento no início da tarde de terça-feira (17), além de outros debates com atores locais, como os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e do Equador, Guillermo Lasso.
Do lado dos governadores, participarão do Fórum Econômico Mundial Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Helder Barbalho (MDB-PA) e Eduardo Leite (PSDB-RS).
Redação ICL Economia
Com informações da Folha de S.Paulo