A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 8,8 bilhões em junho, segundo informação da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia, nesta sexta-feira (1). Em junho, as exportações somaram US$ 32,7 bilhões e as importações, US$ 23,9 bilhões. O superávit acontece quando as exportações superam as importações. Neste ano, diante do conflito entre Rússia e Ucrânia, com toneladas de grãos que não puderam chegar aos mercados internacionais, a demanda de fora pelos grãos do Brasil aumentou. Com isso, o Brasil tem exportado mais soja e milho.
Os dados oficiais mostram, ainda, que as exportações, pela média diária, registraram alta de 15,6% em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado. Já as compras do exterior avançaram 33,7% nessa comparação.
Apesar de positivo, o saldo comercial registrado em junho é 15,4% menor do alcançado no mesmo mês do ano passado, quando o superávit da balança foi de US$ 10,4 bilhões.
Segundo o economista do ICL André Campedelli, o saldo positivo da balança comercial foi resultado da ocupação do espaço deixado pelas exportações agropecuárias da Ucrânia e Rússia, como pode ser visto com a elevação considerável da exportação de milho.
“Além disso, o comércio internacional brasileiro ainda está sentindo os efeitos da desaceleração chinesa, já que a indústria extrativa continua apresentando queda no volume de bens exportados. Isso explica o resultado bom, mas abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior. É preciso ficar atento à balança comercial, pois é uma das principais apostas para um bom resultado econômico do país nesse ano”, afirma o economista.
O encarecimento do preço de vários itens importados, especialmente fertilizantes e petróleo, fez o superávit da balança comercial encolher em junho. A valorização das commodities no mundo todo também começou a pesar nas importações por aqui. O preço de diversas mercadorias que o Brasil importa subiu, mesmo com a quantidade comprada do exterior caindo.
No primeiro semestre deste ano, segundo os dados oficiais, a balança comercial teve saldo positivo de US$ 34,2 bilhões, queda de 7,6% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o superávit somou US$ 37 bilhões. De janeiro a junho de 2022, exportações somaram US$ 164,1 bilhões e as importações totalizaram US$ 129,8 bilhões.
Pela média diária, as exportações cresceram 19,5% nos seis primeiros meses deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado. Já as importações tiveram alta de 29,8% nessa comparação.
No longo prazo, nos últimos 3 anos, a balança comercial do Brasil tem reduzido o superávit. Em maio, as exportações, pela média diária, registraram alta de 8% na comparação com o mesmo período do ano passado. Já as compras do exterior avançaram 33,5% nesta comparação.
Ministério da Economia reduz previsão de superávit da balança comercial brasileira em 2022
O Ministério da Economia revisou para baixo a sua previsão de superávit comercial para este ano. A estimativa é de um saldo positivo de US$ 81,5 bilhões, ante US$ 111,6 bilhões esperados na previsão anterior.
Segundo o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão, a revisão para baixo na projeção anual da balança foi motivada pela alta das importações e dos preços dos principais produtos importados pelo Brasil, como combustíveis, adubos e fertilizantes.
Brandão disse, ainda, que a alta dos preços desses bens no mercado internacional é motivada, principalmente, pela guerra na Ucrânia, que trouxe “disrupções das cadeias internacionais de suprimentos”.
Apesar da queda na projeção, o resultado, se confirmado, ainda será recorde na série histórica que tem início em 1989. Até então, o maior saldo foi registrado em 2021 (US$ 61,4 bilhões).
A expectativa do governo é de que as exportações somem US$ 349,4 bilhões em 2022, e que as compras do exterior alcancem US$ 268 bilhões neste ano.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do Boletim “Economia Para Todos Investidor Mestre”