Banco Central eleva previsão de crescimento do PIB para 1,9% e inflação dentro da meta em 2024

Segundo o Relatório de Inflação, a revisão "reflete, principalmente, dinamismo ligeiramente maior do que o esperado da atividade econômica no início do primeiro trimestre".
28 de março de 2024

O Banco Central elevou de 1,7% para 1,9% a projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) este ano, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RIT) divulgado nesta quinta-feira (28). O documento também prevê inflação dentro da meta estipulada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).

Segundo o BC, “a revisão reflete, principalmente, dinamismo ligeiramente maior do que o esperado da atividade econômica no início do primeiro trimestre. Sob a ótica da oferta, esperam-se recuo da agropecuária, após alta expressiva em 2023, e crescimentos de magnitudes semelhantes entre si e não muito distantes dos ocorridos em 2023, para indústria e serviços”.

A projeção do BC está próxima do que prevê o mercado financeiro no último Boletim Focus, de que a economia deve crescer 1,85% neste ano. Em 2023, o PIB apresentou uma expansão de 2,9%.

banco central

Fonte: Banco Central do Brasil

Para o consumo das famílias, a previsão de crescimento foi mantida em 2,3%, enquanto a estimativa de consumo do governo passou de 1,1% para 1,9%.

Com relação à taxa de investimentos, a projeção avançou de 1% para 1,5%.

“Para a manutenção da previsão de crescimento anual do consumo das famílias concorrem fatores com efeitos opostos: de um lado, a surpreendente queda do consumo das famílias ocorrida no quarto trimestre de 2023 resultou em carregamento estatístico para 2024 mais baixo do que o esperado; de outro, destaca-se a recente dinâmica positiva do mercado de trabalho”, explicou o BC no documento.

Banco Central destaca recuo da taxa de desemprego e aumento da renda do trabalho

No relatório divulgado hoje, o BC também destacou que a taxa de desemprego recuou para 7,6% no trimestre encerrado em janeiro e, ao mesmo tempo, há um crescimento mais forte dos salários.

“Os indicadores mais recentes mostram um mercado de trabalho dinâmico e que se aqueceu marginalmente nos últimos meses. A taxa de desocupação voltou a cair, o nível de ocupação e a taxa de participação elevaram-se, a geração líquida de empregos formais aumentou e os rendimentos reais seguiram crescendo, inclusive em ritmo superior ao esperado.”

Sobre esse dado, também nesta manhã, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou a Pnad Contínua, que mostra que a taxa de desemprego avançou para 7,8% no trimestre encerrado em fevereiro de 2024, avanço de 0,3 ponto percentual em relação ao trimestre anterior.

Inflação na meta

Em relação à inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), o Banco Central prevê que ela fique em 3,5% neste ano e em 3,2% no que que vem.

Nos dois casos, se confirmadas as projeções, o indicador ficará dentro da meta estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), que é de 3% (centro da meta) e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% (menor patamar) e 4,5% (maior).

A projeção para a inflação acontece mesmo o BC reconhecendo que os preços administrados e de alimentos foram a “surpresa” do período, subindo mais que o previsto. Entre os itens citados estão a gasolina e os alimentos in natura.

De acordo com o relatório de inflação, a probabilidade de a inflação ultrapassar o limite superior é de 19% e, o inferior, de 4%. Para o próximo ano, essas estimativas são de, respectivamente, 17% e 11%.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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