O mercado financeiro reduziu de 12,25% para 12% a projeção de queda da taxa básica de juros (Selic) para 2023, conforme consta no Boletim Focus, do Banco Central, divulgado nesta manhã de segunda-feira (3). Além disso, as cem instituições financeiras ouvidas na semana passada para a publicação reduziram, mais uma vez, a inflação oficial projetada, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), de 5,06% para 4,98%.
Ainda sobre a Selic, a estimativa para 2024 continuou em 9,50% e a de 2025 foi mantida em 9,0%. A de 2026, n entanto, recuou de 8,75% para 8,63%.
Atualmente em 13,75% ao ano, a taxa básica de juros tem sido alvo de pressão do governo sobre o Banco Central. Isso porque, a despeito dos bons indicadores econômicos, o Copom (Comitê de Política Monetária) manteve a Selic pela sétima vez seguida no atual patamar.
Mas na ata da última reunião, o Copom deu sinais de que, se a inflação continuar a cair, poderá iniciar um ciclo de cortes na taxa básica a partir de agosto.
A mudança na expectativa do mercado vem depois de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciar ao CMN (Conselho Monetário Nacional) a mudança no regime de metas de inflação, a partir de 2025, e definir a meta de 2026 em 3%, podendo variar de 1,5% a 4,5%.
A última reunião do CMN foi na quinta-feira (29). A partir da mudança, o Banco Central deverá perseguir metas de forma contínua e não pelo ano-calendário (anual), como é feito há 24 anos. Porém, a medida só passa a valer após o término do mandato do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, em 31 de dezembro de 2024.
Em relação à inflação, a previsão do indicador para 2024 também voltou a cair, de 3,98% para 3,92% no boletim desta semana, no quinto recuo seguido da estimativa do mercado.
A projeção para o IPCA de 2025 também caiu de 3,80% para 3,60% e, para 2026, foi prevista retração de 3,72% para 3,50%.
Mercado também eleva, mais uma vez, projeção para o PIB do país, de 2,18% para 2,19%, segundo o Boletim Focus
Enquanto isso, a projeção dos analistas para o PIB (Produto Interno Bruto) de 2023 subiu de 2,18% para 2,19%, acumulando oito semanas seguidas de melhora.
O PIB é um indicador usado para medir a evolução da economia. É a soma de todos os bens e serviços produzidos no país.
Para o dólar, o mercado manteve em R$ 5,00 as projeções para este ano e, para 2024, reduziu sua estimativa e agora prevê o dólar em R$ 5,08.
A respeito da balança comercial, a expectativa é de que feche este ano em US$ 63,76 bilhões, o que representa uma melhora nas expectativas, já que o último boletim a previsão era de US$ 62 bilhões.
Em relação ao investimento estrangeiro direto, o mercado também elevou suas projeções para este ano, de R$ 78,8 bilhões na última semana para US$ 79,5 bilhões agora.
Por fim, para o resultado primário, a projeção do mercado para 2023 saiu de um déficit de -1,01% do PIB para -1,02% do PIB. A estimativa para 2024 continuou em -0,80% do PIB, enquanto a de 2025 cresceu de -0,45% do PIB para -0,50% do PIB. A de 2026 também subiu, de -0,24% do PIB para -0,28% do PIB.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias