Pela quinta vez consecutiva, os agentes do mercado financeiro as projeções para a inflação oficial deste ano. De acordo com o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (28), a expectativa para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) subiu de 5,88% para 5,91%. Para o ano que vem, a previsão aumentou de 5,01% para 5,02%.
Para o relatório Focus do Banco Central, foram ouvidas mais de 100 instituições financeiras na semana passada. Levando-se em conta o que projeto o mercado, a situação das famílias com renda menor deve piorar ainda mais, pois quanto mais alta a inflação, pior fica o poder de compra dessa camada da população.
Por outro lado, no boletim Focus divulgado na semana passada, a projeção do mercado para aumento da inflação era maior (de 5,82 para 5,88%) do que o apontado nesta nova edição.
Ainda assim, a meta de inflação para este ano, definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), é de 3,5% e será considerada cumprida se oscilar entre 2% e 5%. Portanto, com o que projeta o mercado por meio do Boletim Focus haverá estouro da meta, conforme já previsto pelo próprio BC.
Para 2023, a meta central de inflação foi fixada em 3,25% e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.
Caso seja confirmado o que projeta o Boletim Focus e a depender das medidas econômicas tomadas pelo futuro governo, há expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decida por manter a taxa básica de juros (Selic) em patamares mais elevados para controlar a inflação. Atualmente, a taxa está em 13,75% ao ano, o maior percentual dos últimos seis anos.
No Boletim Focus, mercado projeto crescimento pífio para o PIB deste ano e mantém taxa de crescimento estável no ano que vem
Em relação ao crescimento da economia, o Boletim Focus elevou de 2,80% para 2,81% a previsão de alta do PIB (Produto Interno Bruto) em 2022, projeção um pouco mais parcimoniosa que a da semana passada, quando elevou de 2,77% para 2,80% a expectativa de crescimento do indicador. Já para o ano que vem, a previsão se manteve em 0,70%.
Ao sancionar a lei que prevê as diretrizes do Orçamento de 2023, o governo federal informou que a previsão é o PIB crescer 2,5% no ano que vem.
Por sua vez, o mercado financeiro manteve a expectativa para a Selic no atual patamar, de 13,75%, até o fim deste ano. O Copom já vem dando sinais de que manterá os juros em patamares mais elevados por um período mais prolongado, a fim de controlar a escalada da inflação. Para o fechamento de 2023, a expectativa do mercado para a taxa básica de juros é de 11,50% ao ano.
Em relação ao dólar, os agentes projeta uma taxa de câmbio mais elevada para este ano, de R$ 5,25 para R$ 5,27. Para 2023, houve avanço de R$ 5,24 para R$ 5,25 nas projeções.
A cotação da moeda americana tem ficado em patamares elevados nos últimos dias devido ao imbróglio em relação às discussões em torno da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Transição do governo eleito. Além disso, a indefinição em relação à equipe econômica do governo eleito tem provocado fortes oscilações no mercado financeiro.
Já o saldo da balança comercial permaneceu em US$ 55 bilhões de resultado positivo em 2022, enquanto para o ano que vem o mercado manteve a estimativa em US$ 56 bilhões de superávit.
A previsão de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil permaneceu neste ano em US$ 80 bilhões, ante US$ 75 bilhões em 2023.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias