Boletim Focus: mercado financeiro eleva para 5,96% a projeção para a inflação oficial do país em 2023

Já para o PIB (Produto Interno Bruto), a expectativa de crescimento passou de 0,85% para 0,89% na última semana. Foi a quarta elevação seguida do indicador
13 de março de 2023

Depois de manter a previsão do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) estável na edição passada do Boletim Focus, o mercado financeiro voltou a elevar a projeção do indicador para este ano a 5,96%. Os dados foram divulgados nesta manhã de segunda-feira (13) pelo Banco Central. Os analistas consultados para a publicação também elevaram a projeção do crescimento da economia em 2023.

Para 2023, a meta central da inflação do boletim foi fixada em 3,25% pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%. Caso seja confirmada a projeção do mercado financeiro, será o terceiro ano seguido de estouro da meta de inflação, ou seja, no qual o IPCA fica acima do teto fixado pelo sistema de metas. Em 2022, a inflação somou 5,79% e também ficou acima da meta projetada.

Para 2024, a projeção de inflação do mercado financeiro, segundo o Boletim Focus divulgado hoje, ficou estável em 4,02%. A meta de inflação do próximo ano, segundo a inflação, é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.

Já para o PIB (Produto Interno Bruto), a expectativa de crescimento passou de 0,85% para 0,89% na última semana. Foi a quarta elevação seguida do boletim focus.

Considerado a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, o PIB serve para medir a evolução da economia.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem adotado uma série de medidas para fazer a roda da economia voltar a girar, tendo o Estado como impulsionador de investimentos. Entre elas está o retorno do Minha Casa, Minha Vida, abandonado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), e que, sob Lula, deve ajudar a impulsionar o setor da construção civil. Também é aguardada a retomada de obras de infraestrutura no país e o retorno de investimentos em setores estratégicos, como o de energia.

Além disso, o mercado aguarda com bastante ansiedade o anúncio do novo arcabouço fiscal, que vai substituir o teto de gastos, regra fiscal que limita o aumento de gastos do governo à inflação acumulada do ano.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse que o projeto que vem sendo desenhado vai “agradar a todos”, porque permitirá estabilizar a dívida pública e, ao mesmo tempo, vai ajudar o governo a investir nas áreas em que considera prioritárias.

Para 2024, o mercado manteve a previsão de crescimento da economia brasileira em 1,5%. Em 2022, o PIB avançou 2,9% ante alta de 5% no ano anterior, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Analistas consultados para o Boletim Focus mantêm taxa Selic estável em 12,75% ao ano em 2023

A taxa básica de juros (Selic), que tem sido alvo de críticas do presidente Lula ao Banco Central, por entender que não faz sentido o percentual de 13,75% ao ano, o mercado financeiro manteve a expectativa para a taxa básica de juros da economia, a Selic, estável em 12,75% ao ano para o fim de 2023.

Recentemente, em artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo, o economista e comentarista do ICL Notícias André Roncaglia, explicou que, no início, o mercado entendia que o maior risco à economia brasileira “era exclusivamente fiscal” e “isso permitia entrincheirar a postura de cobrar do governo indicações de responsabilidade fiscal”. No entanto, percebeu-se o risco real: uma crise de crédito no país, principalmente depois do fator Americanas.

O Copom (Comitê de Política Monetária) vem sinalizando que os juros vão se manter altos por um período mais prolongado. Com isso, o mercado financeiro segue estimando queda dos juros neste ano.

Para o fim de 2024, a projeção do mercado para a taxa Selic ficou estável em 10% ao ano.

Outras estimativas feitas pelo mercado no Boletim Focus são taxa de câmbio mantida em R$ 5,25 ao fim deste ano, e em R$ 5,30 para o fim de 2024.

A projeção para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) também foi mantida em US$ 57 bilhões de superávit em 2023. Para 2024, a expectativa para o saldo positivo ficou estável em US$ 55 bilhões.

Em relação aos investimentos estrangeiros diretos, a previsão permaneceu em US$ 80 bilhões de ingresso para este ano e também de US$ 80 bilhões para 2024.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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