Em linha com as expectativas do mercado, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central anunciou, no início desta noite (20), novo corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic). Com a redução, a taxa passa agora de 13,25% para 12,75% ao ano, o menor patamar em 16 meses. A decisão do colegiado foi unânime.
O patamar da Selic vinha sendo alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de economistas, empresários e da equipe econômica do governo. Diante das pressões e dos bons indicadores da economia, o Copom iniciou a trajetória de queda da Selic em agosto passado, quando também optou por reduzi-la em 0,50 p.p., baixando-a de 13,75% para 13,25%, em decisão que não havia sido unânime em relação ao tamanho do corte.
No comunicado da última reunião, o Copom já havia sinalizado que poderia continuar reduzindo a Selic na “mesma magnitude” do corte adotado em agosto.
Diante da expectativa do corte da Selic anunciado hoje após o fechamento do mercado financeiro, o Ibovespa fechou o pregão desta quarta-feira em alta com investidores analisando decisões sobre os juros tanto aqui como nos Estados Unidos. O principal índice da Bolsa brasileira subiu 0,72%, aos 118.695 pontos.
Nos Estados Unidos, o Fed (Federal Reserve) manteve a taxa de juros inalterada, em uma banda de 5,25% a 5,50% ao ano. Mas a decisão veio acompanhada de projeções que podem resultar no aumento da taxa de juros entre 5,5% e 5,75% até o final de 2023, com a manutenção de uma política de aperto em 2024
Em comunicado com a decisão, Copom afirma que economia do país está crescendo
Em comunicado divulgado com a decisão, o Copom afirmou que a economia do país está crescendo, mas que o órgão espera uma desaceleração nos próximos trimestres.
Mas, se a economia desacelerar com a inflação sob controle, mais cortes na Selic são esperados. “Em relação ao cenário doméstico, observou-se maior resiliência da atividade econômica do que anteriormente esperado, mas o Copom segue antecipando um cenário de desaceleração da economia nos próximos trimestres”, disse o Copom na nota.
A taxa Selic é um dos principais instrumentos usados pelo BC para controlar a inflação. O problema é que, como essa é uma taxa de referência para todas as demais, seus efeitos acabam afetando toda a economia, como o encarecimento de empréstimos e de financiamentos, o que dificulta a retomada da economia. Esse era, aliás, um dos pontos da crítica do presidente Lula.
Apesar do corte de hoje, a Selic continua sendo uma das taxas de juros mais altas do mundo.
No Boletim Focus do Banco Central divulgado na última segunda-feira (18), os economistas do mercado projetam que a taxa Selic deve encerrar o ano em 11,75%, enquanto que, para 2024, a expectativa é de que ela fique em 9% ao ano.
Ou seja, para atender à expectativa do mercado, o Copom precisaria realizar mais dois cortes de 0,50 p.p.
As próximas reuniões do Copom vão acontecer em 31 de outubro e 1º de novembro; e 12 e 13 de dezembro.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias