Em decisão unânime e sem surpresas, Copom corta a Selic em 0,50 p.p., para 12,75% ao ano

No comunicado divulgado com a decisão, Copom diz que "observou-se maior resiliência da atividade econômica do que anteriormente esperado". Contudo, autoridade monetária prevê desaceleração da economia nos próximos trimestres.
20 de setembro de 2023

Em linha com as expectativas do mercado, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central anunciou, no início desta noite (20), novo corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic). Com a redução, a taxa passa agora de 13,25% para 12,75% ao ano, o menor patamar em 16 meses. A decisão do colegiado foi unânime.

O patamar da Selic vinha sendo alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de economistas, empresários e da equipe econômica do governo. Diante das pressões e dos bons indicadores da economia, o Copom iniciou a trajetória de queda da Selic em agosto passado, quando também optou por reduzi-la em 0,50 p.p., baixando-a de 13,75% para 13,25%, em decisão que não havia sido unânime em relação ao tamanho do corte.

No comunicado da última reunião, o Copom já havia sinalizado que poderia continuar reduzindo a Selic na “mesma magnitude” do corte adotado em agosto.

Diante da expectativa do corte da Selic anunciado hoje após o fechamento do mercado financeiro, o Ibovespa fechou o pregão desta quarta-feira em alta com investidores analisando decisões sobre os juros tanto aqui como nos Estados Unidos. O principal índice da Bolsa brasileira subiu  0,72%, aos 118.695 pontos.

Nos Estados Unidos, o Fed (Federal Reserve) manteve a taxa de juros inalterada, em uma banda de 5,25% a 5,50% ao ano. Mas a decisão veio acompanhada de projeções que podem resultar no aumento da taxa de juros entre 5,5% e 5,75% até o final de 2023, com a manutenção de uma política de aperto em 2024

Em comunicado com a decisão, Copom afirma que economia do país está crescendo

Em comunicado divulgado com a decisão, o Copom afirmou que a economia do país está crescendo, mas que o órgão espera uma desaceleração nos próximos trimestres.

Mas, se a economia desacelerar com a inflação sob controle, mais cortes na Selic são esperados. “Em relação ao cenário doméstico, observou-se maior resiliência da atividade econômica do que anteriormente esperado, mas o Copom segue antecipando um cenário de desaceleração da economia nos próximos trimestres”, disse o Copom na nota.

A taxa Selic é um dos principais instrumentos usados pelo BC para controlar a inflação. O problema é que, como essa é uma taxa de referência para todas as demais, seus efeitos acabam afetando toda a economia, como o encarecimento de empréstimos e de financiamentos, o que dificulta a retomada da economia. Esse era, aliás, um dos pontos da crítica do presidente Lula.

Apesar do corte de hoje, a Selic continua sendo uma das taxas de juros mais altas do mundo.

No Boletim Focus do Banco Central divulgado na última segunda-feira (18), os economistas do mercado projetam que a taxa Selic deve encerrar o ano em 11,75%, enquanto que, para 2024, a expectativa é de que ela fique em 9% ao ano.

Ou seja, para atender à expectativa do mercado, o Copom precisaria realizar mais dois cortes de 0,50 p.p.

As próximas reuniões do Copom vão acontecer em 31 de outubro e 1º de novembro; e 12 e 13 de dezembro.

Redação ICL Economia

Com informações das agências de notícias

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