Previsão para 2024 é de que despesas com saúde e educação subam cerca de R$ 30 bilhões

Modelo de correção para as despesas com saúde e edução a ser proposto para 2025 ainda não foi fechado pela área econômica. Uma das possibilidades em estudo é vincular o piso em saúde e educação ao crescimento do PIB per capita
13 de abril de 2023

Proposta de Emenda à Constituição (PEC), para alterar o formato de correção do piso (valor mínimo) das despesas com saúde e educação a partir de 2025, será encaminhada pela área econômico ao Congresso Nacional no segundo semestre. Previsão para 2024 é de que despesas com saúde e educação subam cerca de R$ 30 bilhões. A informação é do secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, durante entrevista à GloboNews. O modelo de correção a ser proposto para 2025 ainda não foi fechado pela área econômica. 

No próximo ano, conforme divulgado na proposta de arcabouço fiscal, o piso para as despesas com saúde e educação voltará a ser reajustado pelas regras antigas — que vigoravam antes do teto de gastos, implementado em 2017. Prevalece, agora, os valores mínimos determinados pela Constituição para as despesas com saúde e educação. 

Com isso, as despesas com saúde deverão ser de, ao menos, 15% da receita corrente líquida e os de educação, de 18% da receita de impostos. Somente o retorno dessa regra representará um aumento de cerca de R$ 30 bilhões nessas despesas, a maior parte destinada à área de Saúde, somente em 2024.

“Se você olhar o passado [antes do teto de gastos], você indexa [essas despesas saúde e educação] pelo critério da receita. Quando cria vinculação direta com a receita, cria movimentos de muita volatilidade. Em um ‘boom’ de crescimento [da economia, o piso de saúde e educação sobe]. E em um ciclo de crescimento de baixa, dá o rebote para baixo [nesses gastos]”, declarou ele.

Objetivo da nova regra para o piso de despesas com saúde e educação é que ela assegure um aumento nesses gastos acima da inflação

despesas com saúde, regras fiscal; contas públicas, dívida pública, redução do ICMS, dívida pública, Ministro da Fazenda, Tesouro Nacional, benefícios previdenciários, despesas urgentes, Ministério da Economia, PEC da Transição, novo bloqueio, orçamento para 2023, Paulo Guedes, economia do Brasil, orçamento para 2023, orçamento secreto, imóveis federais, Economia em apuros, governo federal registra déficit primário, contas públicas, estado de calamidade, orçamento de 2023, LDO

Crédito: Agência Brasil / Marcello Casal Jr.

Segundo Ceron, um grupo de trabalho criado pelo Ministério do Trabalho está debatendo uma política de correção permanente para o salário mínimo. Esse tema, porém, não precisa de alteração na Constituição. Então, não será incluído na PEC que será enviada para debater os pisos em saúde e educação.

O secretário do Tesouro Nacional disse que o objetivo da nova regra para o piso em saúde e educação é que ela assegure um aumento real nessas despesas, ou seja, acima da inflação. Porém, que seja mais previsível do que vincular o crescimento dessas duas despesas à variação da receita.

Uma das possibilidades em estudo é vincular o piso em saúde e educação ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) per capita. Segundo Ceron, essa pode ser uma meta mais previsível e também compatível com a proposta de arcabouço fiscal — a nova regra para as contas públicas.

Somente essa vinculação ao PIB per capita, segundo o secretário, já representaria um aumento real, ou seja, acima da inflação. “PIB per capita pega a produtividade, que sempre está obtendo na economia. Acaba sendo um critério mais sustentável em linhas gerais”, disse na entrevista.

Sobre o modelo de correção a ser proposto para 2025, Ceron explicou que pode ser um valor real por ano, mas alguma coisa que seja mais estável e que oscile menos. E que seja sustentável. Segundo ele, o objetivo é elevar o patamar per capital e gradativamente, mas de forma sustentável.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou semana passada que a ideia é acabar com o “vaivém” de reajustes dessa classe de gastos a cada governo “conservador” ou progressista”.

Com a regra do teto de gastos, ficou estabelecido que o piso para gastos com saúde e educação fosse corrigido apenas pela variação da inflação, não sendo mais obrigatório um gasto acima disso.

O secretário do Tesouro Nacional explicou que as novas regras para o piso de gastos em saúde e educação serão discutidas com os setores responsáveis, as chamadas áreas fins.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do G1

Continue lendo

Assine nossa newsletter
Receba gratuitamente os principais destaques e indicadores da economia e do mercado financeiro.