Dólar reflete tensão do mercado à espera de decisões de política monetária no Brasil e EUA amanhã

BC fez a terceira atuação extraordinária da autoridade monetária nas últimas duas semanas em meio à disparada do dólar frente ao real.
3 de maio de 2022

O mercado opera em uma espécie de compasso de espera nesta terça (3), aguardando as decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos previstas para amanhã (4).

Após saltar 2,6% no primeiro pregão do mês, o dólar registrava queda de 0,94% frente ao real por volta das 15h00, cotado a R$ 4,96 para venda.

Contribui para o movimento observado hoje a atuação do BC (Banco Central) no mercado de câmbio. Na manhã desta terça, o BC vendeu US$ 1 bilhão em um leilão extraordinário de 20 mil contratos de swap cambial tradicional. Todos os contratos ofertados foram vendidos, sendo 18.050 com vencimento em 1º de dezembro de 2022 e 1.950 para 3 de abril de 2023.

Essa foi a terceira atuação extraordinária da autoridade monetária nas últimas duas semanas em meio à disparada da moeda norte-americana frente ao real. Em 22 de abril, o BC vendeu US$ 571 milhões no mercado à vista de câmbio, quando o dólar havia subido 4,04%, e quatro dias depois, injetou mais US$ 500 milhões em leilão de 10 mil contratos de swap cambial depois de a divisa tocar a cotação de R$ 5,00.

Quando o BC oferta um contrato de swap, isso equivale a uma venda de dólares no mercado futuro. A autoridade monetária busca, dessa forma, assegurar que há oferta para atender a um aumento da procura pela moeda estrangeira. Com isso, tenta evitar que essa demanda eleve as cotações e acirre a volatilidade no câmbio.

Para alguns analistas consultados, a ação do BC terá eficácia limitada para conter a desvalorização do real, uma vez que se trata mais de uma tendência global de valorização do dólar.

Bolsa de Valores

Já o índice acionário Ibovespa da Bolsa de Valores, que na véspera marcou desvalorização de 1,15%, operava com ganhos modestos, em alta de 0,23%, aos 106.880 pontos.

Por aqui, os investidores também seguem na expectativa quanto às decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.

A expectativa majoritária no mercado aponta para um aumento de 1 ponto percentual na taxa Selic ao final do encontro do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC nesta quarta, para 12,75% ao ano.

Nos Estados Unidos, os agentes de mercado apostam em uma alta de 0,50 ponto percentual, levando a taxa básica de juros norte-americana para 1% ao ano.

No exterior, os principais índices acionários americanos operam sem uma clara tendência definida. O S&P 500 operava estável e o Dow Jones recuava 0,26%, enquanto o Nasdaq tinha ganhos de 0,15%.

A inflação alta, em escala global, e o risco de desaceleração da economia trazido pela alta dos juros preocupam os investidores.

Entre os destaques positivos da Bolsa brasileira no dia, os papéis da Localizava avançavam 3,5%, depois de a companhia ter reportado na noite passada um aumento de 7,3% no lucro líquido do primeiro trimestre, para R$ 517,4 milhões. A Localiza apresentou um resultado sólido, em linha com as expectativas de mercado, mostrando boa gestão dos seus ativos em um cenário de economia instável.

Ainda na agenda doméstica, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou mais cedo dados da produção industrial, que teve variação positiva de 0,3% em março, na comparação com fevereiro. O resultado veio próximo das projeções do mercado financeiro.

Redação ICL Economia

Com informações das agências de notícias

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