A economia brasileira foi a sexta que mais cresceu entre as economias do G20 (fórum das 19 maiores economias do mundo mais União Europeia e União Africana) em 2024. O PIB (Produto Interno Bruto) do país chegou até a metade de 2024 com crescimento de 2,5% no acumulado dos 12 meses anteriores.
Ontem (3), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que o PIB do país cresceu 1,4% no segundo trimestre do ano ante o período anterior. O indicador foi puxado principalmente pela indústria, que apontou alta de 1,8% no período, e o setor de serviços na sequência, que avançou 1,0% no período. O avanço foi maior do que previam analistas (+0,9%).
Na comparação com o segundo trimestre de 2023, o avanço foi de 3,3%.
No trimestre anterior, o PIB registrou alta de 1% (janeiro a março), em relação ao trimestre anterior (o dado foi revisado, de 0,8% divulgado anteriormente).
Esse dado se soma a outro positivo da economia. Na semana passada, o IBGE também informou que a taxa de desemprego no trimestre encerrado em julho recuou para 6,8%, com 7,4 milhões de desocupados. Este é o menor nível de desemprego registrado para o período desde o início da série histórica do instituto, em 2012.
Todos esses resultados positivos ocorreram a despeito das enchentes no Rio Grande do Sul, em maio, que trouxeram impactos consideráveis.
Segundo reportagem da BBC News, com base em dados da Trading Economics, entre junho de 2023 e junho deste ano, o Brasil só cresceu menos do que Índia, Indonésia, China, Rússia e Estados Unidos — e igualou o índice da Turquia. No entanto, quando analisados somente os dados do segundo trimestre, o Brasil foi o terceiro que mais cresceu, atrás somente dos Estados Unidos (+3,00%) e Índia (+1,90%).
No período de 12 meses (junho de 2023 a junho de 2024), registraram crescimento menor do que o Brasil Coreia do Sul, Canadá, México, França, Itália e Reino Unido — além da zona do euro, como um todo.
A Alemanha registrou crescimento nulo, e a Arábia Saudita viu sua economia contrair no período. África do Sul, Argentina, Austrália e Japão ainda não têm dados sobre o segundo trimestre de suas economias.
Desempenho da economia brasileira e de outros países confirmam estimativas de normalização pós-Covid
Relatórios de grandes entidades, como FMI (Fundo Monetário Internacional), Banco Mundial e OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) já apontavam para uma acomodação da economia global pós-pandemia de Covid-19, e os dados do Brasil e de outros países mostram isso.
Como a maior economia do globo, os Estados Unidos estão crescendo a um ritmo anualizado de 2,8%, segundo dados oficiais do primeiro semestre desse ano, o que mostra uma aceleração em relação aos últimos dois anos, quando a economia norte-americana cresceu 1,9% (2022) e 2,5% (2023).
O Brasil, por sua vez, registrou no primeiro semestre de 2024 um ritmo maior de crescimento do que o FMI prevê para o país este ano, de 2,1%, acima dos 2,5% registrados oficialmente.
Mas tanto o ritmo atual quanto a previsão do FMI para o Brasil ainda são inferiores ao crescimento registrado pelo PIB nos últimos dois anos, de 3% (em 2022) e 2,9% (em 2023).
A Covid-19 trouxe impacto global, mas alguns países sentiram mais que outros. Em 2020, quando o novo vírus se espalhou globalmente, a economia global sofreu com fechamentos de empresas, paralisação de atividades e demissões em massa.
No ano seguinte, com a chegada de vacinas nos mercados, a pandemia começou a ser vencida e muitas restrições foram levantadas. No entanto, alguns países, como a China, sofreram novas ondas da doença, enquanto outros tiveram momentos de acelerada recuperação econômica, seguido de momentos de estagnação ou queda.
Alguns países ficaram desorganizados, com inflação alta e juros também altos. O Brasil foi um dos que teve inflação e juros altos ao longo dos últimos anos.
Mas, em 2024, economistas e grandes instituições financeiras indicam que esse ciclo está chegando ao fim.
Segundo o relatório mais recente da OCDE sobre a economia global, “há sinais de que a perspectiva global começou a melhorar, embora o crescimento permaneça modesto”. “A atividade global está se mostrando relativamente resiliente, a inflação está caindo mais rápido do que o inicialmente projetado e a confiança do setor privado está melhorando”, aponta o documento.
Redação ICL Economia
Com informações da BBC News