‘Todo mundo sabia que o governo Milei seria de muito conflito social’, diz economista Ezequiel Laplane

Doutor em economia pela Unicamp, o economista argentino abordou os quatro meses do governo de Javier Milei na edição de quinta-feira (4) do ICL Mercado e Investimentos, programa diário apresentado pelos economistas do ICL Deborah Magagna e André Campedelli.
8 de abril de 2024

Desde que o economista anarcocapitalista Javier Milei assumiu a presidência da Argentina, em dezembro do ano passado, o país vizinho do Brasil vive uma convulsão social, com inflação e taxa de pobreza nas alturas. “Todo mundo sabia que o governo Milei, principalmente no primeiro semestre, ia ser de conflito, de muito conflito social, e é o que estamos vendo”, disse o economista argentino Ezequiel Laplane, doutor em economia pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

“O Milei não é liberal, ele é ultraliberal, e foi eleito com esse discurso de acabar com o Estado. [Ele foi eleito] com um discurso muito agressivo e, curiosamente, teve muito apoio. Ganhou com 54% dos votos, mas não está conseguindo capitalizar isso no Congresso”, apontou o economista, que foi entrevistado por Deborah Magagna e André Campedelli, na edição da quinta-feira passada (4), do ICL Mercado e Investimentos, programa diário transmitido pelo canal do ICL no YouTube.

De acordo com Laplane, por não obter apoio do Congresso, onde a maioria é da oposição, Javier Milei está sendo forçado a voltar atrás em muitas das medidas adotadas logo de cara.

“Nesses quatro meses, não está muito claro [para aonde vai o governo]. A oposição nem precisa fazer o trabalho porque [as propostas] vão ao Congresso, não passam, a oposição nem precisa fazer um trabalho porque o próprio núcleo o governo que se compõe por liberais, que são um conjunto heterogêneo de direita, não estão conseguindo chegar a um consenso”, disse.

Ele também abordou a questão da inflação. “A gente não tem que olhar para inflação de forma direta, né?. Foi de 25% para 14%, então está melhorando? Não. Esse último dado foi ainda alto em relação ao ano passado, mas melhorou, entre aspas, em relação ao mês anterior, [mas] pela queda brutal da economia. Isso tem impacto direto na pobreza, que já não era baixa, estava num patamar por volta de 40% no ano passado e está aumentando rapidamente”, observou.

Assista à entrevista completa de Ezequiel Laplane no vídeo abaixo:

Redação ICL Economia
Com informações do ICL Mercado e Investimentos

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