As contas do governo federal registraram superávit (receitas maiores que despesas) de R$ 79,3 bilhões em janeiro deste ano, conforme informou ontem (28) o Ministério da Fazenda. Foi o terceiro melhor resultado para o mês da série histórica do Tesouro Nacional, iniciada em 1997, já descontada a inflação.
Os números divulgados ontem só perdem para os dados de 2022 e 2023. Na mesma base do ano passado, houve superávit de R$ 84,9 bilhões.
O balanço positivo foi puxado pelo Tesouro Nacional, que contribuiu para o resultado com R$ 96,1 bilhões. Por outro lado, o Banco Central e a Previdência tiveram, respectivamente, déficits de R$ 145 milhões e R$ 16,7 bilhões, ajudando a diminuir o superávit.
Contribuíram para o resultado o aumento da arrecadação de impostos e contribuições federais, que bateu recorde, em uma combinação de receitas atípicas, medidas encaminhadas pelo Ministério da Fazenda, e um mercado de trabalho e economia aquecidos.
Porém, no ano passado, a quitação de precatórios após um acordo com o STF (Supremo Tribunal Federal) fez o Governo Central – Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – fechar 2023 com o segundo maior déficit primário desde o início da série histórica.
Em 2023, o resultado ficou negativo em R$ 230,54 bilhões, só perdendo para 2020, quando o déficit atingiu R$ 743,25 bilhões por causa da pandemia de Covid-19.
Superávit: com crescimento de receita, secretário do Tesouro descarta contingenciamento de orçamento em março
O crescimento real da receita, já descontada a inflação, foi de 6,6% sobre o mesmo mês de 2023, totalizando R$ 280 bilhões, o maior resultado para janeiro desde 1997, quando teve início a série histórica.
“Olhando pelo lado da receita, o risco de contingenciamento (bloqueio) em março está reduzido”, disse o secretário do Tesouro, Rogério Ceron.
Dados da Fazenda mostram que, descontada a inflação, houve um crescimento de 3,7% da receita líquida em janeiro, enquanto as despesas aumentaram 6,8%.
No acumulado de 12 meses, o resultado primário do governo foi deficitário em R$ 235 bilhões, o equivalente a 2,1% do PIB.
A receita total teve um acréscimo de R$ 17 bilhões em janeiro. As maiores contribuições para a expansão foram o Imposto de Renda, a Cofins e a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro).
Mas, em relação a janeiro de 2023, a despesa total apresentou aumento de R$ 17,1 bilhões, em termos reais. Entre os principais destaques, um deles foi o pagamento de benefícios previdenciários.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias