Haddad vê PIB crescendo 2,5% sob Lula e se diz ‘confortável’ com Orçamento de 2025

O ministro da Fazenda também afirmou ser necessário acabar com a polêmica de que o governo não tem compromisso com a meta fiscal.
26 de setembro de 2024

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse ontem (25) que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro deve sustentar um crescimento acima de 2,5% durante os quatro anos de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele também comentou estar muito mais confortável com o Orçamento de 2025 que com o de 2024.

“Não vejo razão para o Brasil crescer nem muito acima nem muito abaixo da média mundial. Penso que o Brasil tem todas as condições de crescer acima de 2,5% nos quatro anos do mandato [do presidente Lula]”, afirmou o ministro durante a J. Safra Brazil Conference 2024, evento realizado em São Paulo.

Em 2023, o PIB do país avançou 2,9%, beneficiado por uma supersafra de grãos, que levou a agropecuária a uma alta recorde.

O Banco Central elevou de 2,3% para 3,2% a estimativa de crescimento do PIB neste ano, conforme o Relatório Trimestral de Inflação do terceiro trimestre divulgado nesta manhã (26). Antes disso, o Ministério da Fazenda também havia elevado a projeto do PIB deste ano para esse mesmo patamar, depois que o indicador avançou 1,4% no segundo trimestre do ano.

Além de um PIB mais alto, Haddad também demonstrou otimismo com a inflação. Para o ministro, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) será mais baixo este ano em relação a 2023 e “não há nenhuma razão para imaginar que a inflação do ano que vem não será mais baixa do que a de 2024”.

“Obviamente, muita coisa inspira cuidado. A questão climática, sobretudo, é um desafio. Alimento e energia são duas variáveis fundamentais que podem ser afetadas pela mudança climática”, ponderou.

No Relatório Trimestral de Inflação, o BC elevou sua estimativa para a inflação oficial em 2024, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), de 4%, conforme previsão do relatório anterior, para 4,3%. Se for concretizada a projeção, o indicador fechará o ano bem próximo do teto da meta estipulada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), que é de 4,5%.

No mesmo evento, o ministro afirmou que há um sentimento de otimismo com a economia brasileira. Por isso, destacou que as agências de classificação de risco estão revisando a nota de crédito do país.

“Já tivemos as três agências de risco [S&P, Moody’s e Fitch] revisando a nossa nota de crédito. E há uma expectativa bem fundamentada de que isso vá continuar acontecendo no próximo ano”, projetou.

Na última segunda-feira (23), em Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com dirigentes das agências de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) e Moody’s, com a expectativa de melhorar a nota de crédito do Brasil.

O Brasil já teve “grau de investimento” no início dos anos 2010, mas perdeu esse selo após a crise e a recessão econômica a partir de 2015.

Haddad diz estar “confortável” com o Orçamento de 2025 e afirma ser necessário acabar com polêmica do fiscal

O ministro da Fazenda também se disse mais confortável com o Orçamento de 2025 que com o de 2024 e afirmou ser necessário acabar com a polêmica de que o governo não tem compromisso com a meta fiscal.

No evento, Haddad enfatizou ser importante parar de surpreender negativamente o país para beneficiar um pequeno grupo de empresários, se referindo a benefícios fiscais recebidos por algumas empresas.

“Nós precisamos de muita transparência. A Receita Federal está montando um esquema de transparência, CNPJ por CNPJ, todo mundo tem que ver o que está acontecendo”, disse o ministro.

Na avaliação dele, o debate deve ser feito com toda a sociedade, de modo aberto, para que o povo entenda do que está abrindo mão em decorrência dos incentivos fiscais.

Sobre a reforma tributária do consumo, ele ainda afirmou que o país terá um dos melhores sistemas tributários do mundo.

Questionado sobre a alíquota de 27,97%, o ministro afirmou que isso é fruto das exceções acrescentadas pelo Congresso Nacional, mas afirmou que qualquer alíquota será menor do que a atual.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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