O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), considerado uma espécie de “prévia” do PIB (Produto Interno Bruto), registrou contração de 0,06% em setembro, na comparação com agosto. Mas, no acumulado do ano (janeiro a setembro), o indicador avançou 2,77% e, em 12 meses (setembro de 2022 a setembro de 2023), apresentou crescimento de 2,5%. Nesse caso, o índice foi calculado sem ajuste sazonal. Os dados foram divulgados, nesta sexta-feira (17), pelo BC.
O resultado de setembro foi calculado após ajuste sazonal, um tipo de “compensação” para comparar períodos diferentes.
Setembro foi o segundo mês seguido de queda no indicador. Em agosto, o IBC-Br teve queda de 0,81% (dado revisado de recuo de 0,77%). Com o dado de setembro, o IBC-Br acumulou queda de 0,64% no terceiro trimestre.
Quando a comparação é feita com setembro do ano passado, o IBC-Br registrou crescimento de 0,32%.
O indicador do Banco Central usa uma metodologia diferente do PIB, medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Enquanto o PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia, o IBC-Br é um índice criado para tentar antecipar o resultado do PIB, mas os resultados nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais divulgados pelo IBGE.
Além disso, o indicador do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos, mas não considera o lado da demanda, que é incorporado no cálculo do PIB do IBGE.
Apesar da contração do IBC-Br, perspectiva de crescimento da economia se mantém favorável
Segundo a mediana das projeções de 26 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, do Valor Econômico, a perspectiva é de crescimento de 0,1% para o IBC-Br, com intervalo de projeções indo de -0,1% a +0,6%.
Com o resultado, na política monetária isso se reflete como um argumento de que os cortes da Selic podem continuar como previsto. Isso porque uma economia mais fraca resulta em menos demanda e, por consequência, uma inflação mais branda.
Na passagem do primeiro para o segundo trimestre deste ano, o PIB cresceu 0,9%, oitavo resultado positivo consecutivo do indicador nessa comparação. O resultado é menor do que o registrado no primeiro trimestre (1,8%).
Com esse resultado, houve avanço de 3,7% no primeiro semestre do ano. Nesse cenário, a atividade econômica do país opera 7,4% acima do patamar pré-pandemia, referente ao quarto trimestre de 2019, e atinge o ponto mais alto da série.
Em 2022, a economia cresceu 2,9%, o que representa desaceleração em relação à expansão de 5% registrada no ano anterior.
Para este ano, o mercado financeiro estima uma alta de 2,89% para o PIB. Já para 2024, a expectativa é de um crescimento menor, de 1,50%.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias