Após dados da indústria e dos serviços, instituições já reveem para cima o PIB do país deste ano

Instituições como o Bradesco já reviram o PIB de 2,1% para 2,3% após dados econômicos mostrando uma economia consistente.
14 de agosto de 2024

A projeção do PIB (Produto Interno Bruto) deste ano já começa a ser revista para cima por algumas instituições diante da surpresa positiva ocasionada pelos recentes dados macroeconômicos, que mostram uma economia aquecida.

Ontem (13), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou os dados do setor de serviços, que registraram expansão de 1,7%, o maior crescimento desde dezembro de 2022, quando avançou 2,7%. A expectativa do mercado era de avanço de 0,8%.

Com isso, o volume de serviços chegou ao patamar recorde da série, 0,5% acima do antigo ápice, alcançado em dezembro de 2022.

Antes do volume de serviços, a produção industrial subiu 4,1% em junho, frente a uma projeção de 2,7%. Nesta quarta-feira (14), o IBGE divulga os dados do comércio.

De acordo com reportagem do jornal O Globo, o banco Bradesco já incluiu em seu relatório que o crescimento da receita de serviços em junho aponta para um PIB crescendo num ritmo parecido com o verificado no primeiro trimestre do ano.

No documento, a instituição acrescenta que a Pesquisa Empresarial feita pelo banco “sugere que a economia mantém esse dinamismo nos primeiros números referentes ao terceiro trimestre”. A projeção de crescimento da economia da instituição é de 2,3% com viés de alta.

Outro economista entrevistado pela publicação, Guilherme Sousa, da Ativa Investimentos, também apontou para o ótimo desempenho nos serviços, o qual denota uma atividade econômica mais aquecida do que a esperada para o período. Segundo ele, a consultoria já reviu o PIB deste ano de 2,1% para 2,3%.

Ministro da Fazenda disse que PIB deve crescer acima dos 2,5%

Esta semana, durante participação em um evento, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo tem trabalhado para a “reconstrução da higidez do orçamento federal, nos moldes em que se deu nos dois mandatos de Lula (2003 a 2010)” e que a agenda do Executivo pode ser conduzida “sem comprometer o crescimento e com reformas microeconômicas que fortalecem nosso PIB potencial”.

O mandatário da Fazenda afirmou que a economia brasileira estava crescendo e pontuou que poderia superar a projeção de avanço de 2,5% do PIB (Produto interno Bruto) apontada pela Secretaria de Política Econômica do ministério em maio passado.

Haddad ainda frisou que a equipe econômica mira o grau de investimento, ao afirmar que, com o apoio das medidas que estão sendo aprovadas no Congresso, o país está “no bom caminho de recuperar as finanças públicas, reconhecido por 3 agências de risco: S&P, Fitch, Moody’s”.

Também ao O Globo, o economista Stéfano Pacini, do FGV Ibre, ressaltou que o setor de serviços, em junho, mostrou um resultado diferente dos outros períodos, com uma melhora difusa por todos os segmentos, o que explicaria o erro da projeção do mercado.

“Essa melhora difusa pode explicar o resultado ter vindo tão acima da projeção. Quando a gente olha o passado da série, são variações muito pequenas, quando os economistas querem prever algo, eles usam variáveis externas e usam a própria série. Esse resultado foi bem positivo, justamente por ser um resultado espalhado entre os setores. Então, a perspectiva é positiva. Se a gente olhar a série em médias móveis trimestrais, há uma alta de 0,9%”, disse.

Na avaliação dele, se forem mantidos os bons dados de emprego, renda, uma inflação de certa forma controlada, “podemos esperar uma melhora no segundo semestre”.

Ele também chamou a atenção para o fato que os serviços exercem uma pressão inflacionária importante e que a inflação no setor deve terminar o ano acima da meta. Porém, ressaltou que a inflação “não vai explodir como se viu em anos passados, como na recuperação da pandemia. Até porque conta da manutenção da taxa Selic, em 10,5%”.

Redação ICL Economia
Com informações de O Globo

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