No Brasil, 35,9% dos jovens estão sem trabalhar e sem estudar. País já é o segundo no ranking da geração nem nem, o que indica falta crônica de oportunidades

No Brasil, os jovens sem trabalhar e sem estudar somam 35,9% . É o dobro da média dos países membros da OCDE, que é de 16,6% na mesma faixa etária
4 de outubro de 2022

No Brasil, 35,9% dos jovens estão sem trabalhar e sem estudar. É o segundo país com a maior proporção de jovens nessas condições. Com idade entre 18 e 24 anos, os jovens não conseguem nem emprego nem continuar os estudos. Os dados são do relatório Education at a Glance 2022, da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), divulgado nesta segunda-feira (3). Dentro da faixa etária entre 18 e 24 anos, um em cada quatro jovens está desocupado no país. Outra pesquisa, feita em julho passado, identificou que 43,9% dos jovens, entre 16 e 26 anos, se declaravam propensos a buscar carreiras militares por falta de oportunidades no mercado de trabalho. 

Segundo o relatório Education at a Glance 2022, a proporção brasileira é o dobro da média dos países membros da OCDE, que é de 16,6% de jovens sem trabalhar e sem estuda nesta faixa etária. A África do Sul é o único país com maior proporção que o Brasil, com 46,2%. Já a Holanda é o que tem menos jovens nessa situação, apenas 4,6%.

O relatório avaliou a situação do ensino superior e emprego dos 38 países membros da OCDE. Também foram analisados os dados do Brasil, Argentina, China, Índia, Indonésia, Arábia Saudita e África do Sul.

Relatório indica que deveria essa situação dos jovens brasileiros deveria uma grande preocupação para os governos, já que alerta para um quadro grave de desemprego e desigualdades sociais

Das 45 nações avaliadas, o Brasil também é o segundo com a maior proporção de jovens por mais tempo nessa condição. Dos que estão sem emprego e sem trabalhar no país, 5,1% se encontram nessa situação há mais de um ano, o que indica uma falta crônica de oportunidades para essa população.

Essa etapa da vida é considerada a de transição da educação para o mundo do trabalho, ou seja, quando os jovens deveriam cursar uma graduação ou curso técnico para conseguir um emprego.

Segundo o relatório, o elevado percentual de pessoas excluídas desse processo de transição indica o alto risco de se distanciarem cada vez mais do mercado de trabalho.

“Esse grupo, dos que não trabalham e não estudam, deveria ser uma grande preocupação para os governos, já que alertam para uma situação negativa de desemprego e desigualdades sociais”, analisa o relatório.

“É essencial que os países tenham políticas para prevenir que os jovens se tornem parte desse grupo ou que busquem ajudá-los a encontrar um emprego ou voltem a estudar”, continua.

O relatório destaca ainda que, no Brasil, só 33% daqueles que acessam o ensino superior conseguem terminar a graduação dentro do tempo previsto. Quase metade (49%) só conclui o curso depois de três anos do prazo programado. O restante desiste da graduação ou termina em um tempo ainda maior.

Segundo o estudo da OCDE, em todos os países analisados, a conclusão do ensino superior está associada a mais oportunidades de emprego e melhores salários.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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