Juros do rotativo do cartão recuam para 412,5% em fevereiro, no menor patamar desde dezembro de 2022

A taxa média de juros cobrada pelos bancos em operações com pessoas físicas e empresas caiu 0,3 ponto percentual, para 40,2% ao ano, no menor patamar desde junho de 2022.
2 de abril de 2024

Os juros do rotativo do cartão de crédito recuaram para de 419,3% ao ano, em janeiro, para 412,5% ao ano em fevereiro deste ano, conforme dados divulgados pelo Banco Central nesta terça-feira (2).

Com recuo de 6,8 pontos percentuais, a taxa média dessa modalidade de crédito atingiu o menor patamar desde dezembro de 2022, quando estava em 411,9% ao ano. A série histórica do BC tem início em março de 2011.

Essa foi a segunda queda consecutiva dos juros, mas é salutar lembrar que essa modalidade de crédito continua a mais alta do país.

A queda acontece ainda no contexto da decisão do CMN (Conselho Monetário Nacional), com base na lei do programa de renegociação de dívidas Desenrola Brasil, que limitou em 100% do valor total da dívida os juros e encargos das duas modalidades do cartão de crédito. O colegiado é composto pelos ministérios da Fazenda (presidência), do Planejamento e Orçamento e pelo Banco Central.

Mas, no mês passado, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicou que a solução adotada pelo CMN seria temporária.

“A gente precisa ainda estudar esse assunto, ver como vai fazer de uma forma equilibrada. Começamos a ver a inadimplência melhorando, é um bom sinal (…) Não temos uma solução hoje, avaliamos várias soluções. Temos uma solução de curto prazo que melhorou um pouco, a gente precisa entrar em um entendimento”, declarou o presidente do BC, Roberto Campos Neto, em janeiro.

O rotativo do cartão é acionado quando a pessoa não paga o valor total da fatura na data do vencimento, mas não quer ficar inadimplente.

Além dos juros do rotativo, taxa média de juros cobrada em operações de crédito também recuou

Em fevereiro deste ano, conforme os dados divulgados pelo Banco Central hoje, a taxa média de juros cobrada pelos bancos em operações com pessoas físicas e empresas caiu 0,3 ponto percentual, para 40,2% ao ano. Esse é o menor patamar desde junho de 2022, quando estava em 38,9% ao ano.

Essa taxa não inclui os setores habitacional, rural e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

A queda do juro bancário médio acontece ao mesmo tempo da redução da taxa básica da economia, a Selic, que recuou passou de 13,75% ao ano, em agosto do ano passado, para os atuais 10,75% ao ano, a menor em dois anos.

A taxa média de juros cobrada nas operações com empresas caiu de 22,3% ao ano, em janeiro, para 21,4% ao ano em fevereiro deste ano. Com a queda de 0,9 ponto percentual, atingiu o menor patamar desde dezembro de 2023 (20,9% ao ano).

juros bancários

Fonte: Banco Central

Por sua vez, nas operações com pessoas físicas, os juros caíram de 52,6% ao ano, em janeiro, para 52,5% ao ano em fevereiro deste ano. Com a queda de 0,1 ponto percentual, atingiu o menor nível desde junho de 2022 (51,5% ao ano).

No cheque especial das pessoas físicas, a taxa subiu de 125,8% ao ano, em janeiro, para 131,8% ao ano em fevereiro de 2024. Com isso, atingiu o maior patamar desde setembro de 2023 (133,9% ao ano).

Volume de crédito

O volume total do crédito bancário em mercado teve aumento de 0,2% em fevereiro deste ano, para R$ 5,79 trilhões. No fechamento do ano passado, estava em R$ 5,78 trilhões.

“Esse desempenho resultou da diminuição de 0,2% no estoque de crédito às empresas, que totalizou R$ 2,2 trilhões, em contrapartida ao aumento de 0,5% no destinado às famílias, R$ 3,6 trilhões”, explicou a instituição.

O volume total de crédito livre às famílias subiu 0,3% no mês de fevereiro, e 8,5% em relação ao mesmo mês do ano passado, impulsionado, principalmente, pelas altas das carteiras de crédito pessoal consignado para beneficiários do INSS (2,0%), crédito pessoal não consignado (1,6%), financiamento para a aquisição de veículos (1,2%) e crédito pessoal consignado para trabalhadores do setor público (0,6%).

Inadimplência

Por fim, a taxa de inadimplência média registrada pelos bancos nas operações de crédito ficou estável em 3,3% em fevereiro — o maior patamar desde novembro de 2023 (3,4%).

Nas operações com pessoas físicas, a inadimplência ficou estável em 3,7% de janeiro para fevereiro, enquanto a das empresas permaneceu inalterada em 2,6% de janeiro para fevereiro.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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