A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, encerrou a sua participação no Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça, ontem (19), afirmando que o “Brasil voltou” e que vai “liderar pelo exemplo” a proteção das florestas e biomas. A fala ocorreu no último painel do qual participou chamado A Amazônia em uma encruzilhada. Segundo ela, o Brasil “tem uma boa experiência em controlar o desmatamento e a devastação da Amazônia”.
Marina e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estiveram no fórum representando o governo brasileiro, com a tarefa de mostrar uma guinada na condução da política no país, mostrar que, como disse Marina, o Brasil retomou o seu protagonismo internacional e, também, para atrair investimentos ao país.
De acordo com a ministra, nos primeiros mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva o país “diminuiu 80% da destruição da Amazônia”, além de ter sido o primeiro “a ter metas de produção de CO2”. “Daquela vez, foi tudo muito difícil porque precisamos criar tudo do zero, criar metas, monitoramento em tempo real da destruição”, exemplificou. “Mas agora será muito difícil também, porque o governo Bolsonaro fez um apagão em toda a estrutura.”
O Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) foram completamente esvaziados ou aparelhados por interesses contrários ao meio ambiente no governo extinto em 31 de dezembro. O ministro bolsonarista do setor, Ricardo Salles, é o maior exemplo.
Marina Silva diz que, em breve, Lula fará reunião com governos dos países que abrigam a floresta amazônica
Marina revelou que “em breve” Lula fará uma reunião com os chefes de governo de todos os países que abrigam a floresta amazônica para debater a integração e soluções para a região. Ela não mencionou datas.
No Fórum Econômico, ela também se encontrou com a ativista ambiental sueca Greta Thunberg e outras ativistas mulheres. O encontro, segundo Marina, foi “carregado de significado”. “Era um grupo de mulheres jovens muito determinadas e comprometidas e que está criando um impacto positivo no combate ao desmatamento e ao equilíbrio do planeta”, disse, sobre a reunião ocorrida no final da tarde de ontem. “Foi um encontro carregado de significados.”
Marina também comparou a atual geração de ativistas com a sua. “Diferentemente do combate que fazíamos isolados nas florestas com os nossos corpos, eles têm tecnologia para fazer esses embates globais”, comparou.
A ministra foi muito aplaudida em Davos, ocasião na qual ela afirmou que o Brasil está comprometido em zerar o desmatamento, proteger os povos indígenas e fazer da sustentabilidade uma política transversal. Ou seja, prioridade em todos os ministérios. Além disso, ela também cobrou o compromisso das nações desenvolvidas de repassar às nações em desenvolvimento recursos para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.
Redação ICL Economia
Com informações da Rede Brasil Atual