Em entrevista à Rádio O Tempo nesta sexta-feira (28), o petista cobrou do BC que investiga as recentes altas do dólar. “Por que o dólar está subindo? Porque tem especulação", criticou.
Seguindo narrativas que seriam alimentadas pelo presidente do BC, o mercado eleva as projeções de inflação no Boletim Focus e dá ao Banco Central argumentos para a alta dos juros, favorecendo o rentismo e o próprio mercado.
Em comentário discreto sobre a decisão, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o Brasil vai seguir crescendo e que o governo vai superar “qualquer que seja” a decisão do Banco Central sobre juros.
Furtado propõe aumento do recolhimento da parcela dos depósitos que os bancos devem manter no BC, o chamado “compulsório”.
"Só temos uma coisa desajustada neste país: é o comportamento do Banco Central. Essa é uma coisa desajustada. Presidente que tem lado político, que trabalha para prejudicar o país. Não tem explicação a taxa de juros estar como está", declarou Lula.
Enquanto elevou as projeções de inflação e câmbio para este ano, mercado reduziu as do PIB e agora aposta que a Selic permanecerá como está.
Sinal teria sido dado durante jantar oferecido ao presidente do BC pelo governador bolsonarista de São Paulo. Campos Neto, que tem conversado sobre sua vida pós-BC, tem sido cortejado por bancos, mas quer mesmo ter um negócio próprio.
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, ministro da Fazenda disse ainda que "muita gente ganha com a volatilidade do mercado".
Economista e fundador do ICL liga todos os pontos da possível trama: dados do Boletim Focus, jantar na casa do apresentador Luciano Huck com Campos Neto e Tarcísio de Freitas e evento com 400 empresários em que o presidente do BC foi a estrela.
Diante das recentes mudanças nas metas fiscais do Brasil nos próximos anos e da conjuntura internacional, analistas esperam divergência na próxima reunião do colegiado.