PEC dos Auxílios: mercado financeiro vive ressaca pós-aprovação, com dólar batendo nos R$ 5,33

Para economista do ICL, indicadores denotam “fragilidade doméstica”
1 de julho de 2022

A PEC dos Auxílios, aprovada ontem (30) em dois turnos no Senado, gerou bastante estresse ao mercado financeiro, nesta sexta-feira (1º), diante da possibilidade de que a PEC dos Auxílios deixe ainda mais frágil a economia brasileira. Ao longo do dia de hoje, o dólar operou em forte alta, batendo na casa dos R$ 5,3381 na máxima, no começo da tarde, enquanto o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, estava em trajetória de queda.

Depois de ter um mês de junho bastante negativo, o mercado financeiro brasileiro dá sinais de que julho também não será um período fácil. No mês encerrado ontem, o Ibovespa acumulou 10% de queda, devido ao aumento dos riscos fiscais do Brasil.

Por sua vez, a moeda americana acumulou crescimento de 10,13% em junho e, nesta sexta-feira, caminhava para a quinta semana consecutiva de alta, apesar de, no acumulado do ano, a desvalorização frente ao real ser de 6,14%.

Na opinião da economista do ICL Débora Magagna, durante sua participação no canal ICL Notícias de hoje (01), o nervosismo do mercado e o resultado ruim de junho são um reflexo da “fragilidade doméstica”. “O investidor estrangeiro tem bastante incerteza em relação ao Brasil. Essa dança das cadeiras, como a que aconteceu na Petrobras e a que está acontecendo agora na Caixa, é mal vista e gera um desgaste”, avalia.

Ainda segundo Débora, julho deve ser um mês bastante desafiador para o Brasil. “É um mês que já começa com muita volatilidade, com muitos desafios a serem sanados para que tenhamos alguma recuperação no mercado doméstico”, enfatiza.

PEC dos Auxílios contribui para jogar ainda mais lenha na fogueira

A PEC dos Auxílios, que eleva para R$ 600 o Auxílio Brasil e também concede benefícios a caminhoneiros e taxistas até dezembro deste ano, com um impacto de R$ 41,2 bilhões nos cofres públicos, jogou ainda mais lenha no caldeirão do mercado financeiro, que já está impactado não só pelas questões domésticas, mas também pelo ambiente externo.

Esta foi uma semana particularmente recheada de notícias desalentadoras no âmbito econômico por conta da PEC dos Auxílios. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou hoje que o Índice de Preços ao Produtor (IPP) subiu 1,83%; em relatório divulgado ontem, o Banco Central admite que não deve cumprir a meta de inflação estimada para este ano. Além disso, estudos apontam que o PIB (Produto Interno Brasileiro) não devem crescer tanto neste e nos próximos anos.

No cenário internacional, a guerra da Rússia contra a Ucrânia e as inflações dos Estados Unidos e da Europa preocupam. Em junho, a inflação na zona do euro chegou a um patamar recorde, de 8,6% em 12 meses, o que reforça a expectativa maior de juros.

Redação ICL Economia

Com agências de notícias

 

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