Saúde, educação e economia melhoraram sob o governo Lula 3. Reportagem do jornal Folha de S.Paulo analisou 99 indicadores nessas três e outras áreas do ano de 2023, primeiro ano do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo a reportagem, a maioria deles evoluiu positivamente em relação a 2022 ou outro período de comparação mais adequado para o dado.
Para os indicadores, foram utilizados dados de ministérios, de órgãos como IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e Banco Central, além de relatórios periódicos de entidades como Transparência Internacional e CNI (Confederação Nacional da Indústria). Também foram ouvidos especialistas.
Dos indicadores avaliados, 66 melhoraram, 20 pioraram e 13 ficaram estáveis. O jornal reforça que a evolução é bem maior do que a observada em 2019, primeiro ano da gestão Jair Bolsonaro (PL), quando a maioria dos indicadores analisados à época, 56%, teve resultado negativo.
O jornal disse que a evolução dos indicadores não reflete, necessariamente, ação direta do governo, como é o caso da segurança pública, cuja maior responsabilidade cabe aos governos estaduais, e de alguns indicadores econômicos, que também sofrem influência de ações realizadas ao longo do tempo, incluindo aquelas realizadas por atores de fora do governo federal e das fronteiras nacionais.
Contudo, grande parte das ações que resultaram na melhora dos indicadores têm, sim, muito trabalho realizado pelos integrantes do governo Lula 3.
Governo Lula 3: economia teve melhora em 24 pontos e piora em 11
De acordo com a reportagem, a economia melhorou em 24 pontos no ano passado, o que inclui PIB (Produto Interno Bruto), inflação e câmbio. Por outro lado, houve piora em 11, em especial o aumento da dívida e os rombos nas contas públicas e nos gastos previdenciários.
O PIB cresceu 2,9% em 2023, resultado puxado em grande parte pela agropecuária. O desempenho foi equivalente ao do último ano do governo anterior (3%).
A inflação também fechou 2023 controlada e o Brasil deu início a uma trajetória descendente na taxa básica de juros, a Selic, antes de países ricos. Atualmente, a Selic está em 11,25% ao ano.
Somado a isso, o governo conseguiu aprovar reformas estruturantes, como a mudança no sistema tributário e o arcabouço fiscal, conjunto de regras para controle das despesas em relação às receitas.
Na esfera social, houve a retomada de programas sociais, como o Bolsa Família, uma nova política para o salário mínimo, que garante um aumento real no valor, e incremento do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, que tem ajudado a impulsionar o mercado imobiliário do país.
Contas públicas preocupam, mas mercado de trabalho dá dimensão da melhora econômica
Por outro lado, a reportagem aponta que houve piora em índices relacionados às contas públicas e os investimentos diretos de estrangeiros no país.
Apesar disso, a professora da Universidade de Brasília Daniela Freddo disse que os dados de emprego dão a dimensão de melhora na economia, pois atingem diretamente a população.
“Creio que essa melhora acontece em parte por causa da retomada econômica natural pós-pandemia, mas também acredito que, de uma forma geral, com as reformas que aconteceram no ano passado, isso dá mais segurança para novas contratações e para aumentar o rendimento no mercado de trabalho”, pontuou à Folha.
“De modo geral, a confiança na economia aparece, e isso se espelha em todos os indicadores, exceto os das contas públicas”, complementou.
No trimestre encerrado em novembro, a taxa de desocupação do país chegou a 7,5%, com variação de -0,2 ponto percentual (p.p.) na comparação com os três meses anteriores, segundo a Pnad Contínua, do IBGE. O número de pessoas ocupadas foi estimado em 100,5 milhões, o que equivale a um crescimento de 0,9% no mesmo período.
Educação e Saúde
No Ministério da Educação, o ano de 2023 foi de retorno a uma posição de coordenação da política educacional, que havia sido desmontada sob Bolsonaro.
Houve recomposição orçamentária, mas o governo ainda não conseguiu executar recursos ao longo do ano.
O governo não conseguiu, por exemplo, fazer a revisão planejada do novo ensino médio, principalmente porque não teve apoio das secretarias de Educação dos estados.
Mas, ainda assim, de 10 indicadores apurados no setor, 8 avançaram. Houve uma piora e uma estabilidade, ambas relacionadas ao ensino superior.
Por sua vez, o Ministério da Saúde tentou se afastar da conduta negacionista que marcou a pasta no governo anterior, em assuntos como a Covid-19, vacinação e saúde indígena.
O ministério teve como maiores desafios a crise yanomami, recompor programas como o Mais Médicos e enfrentar baixas coberturas vacinais.
De 10 indicadores analisados, houve piora na situação da dengue no país. A cobertura das vacinas do calendário básico infantil ficou estável.
Os indicadores com avanços estão ligados ao número de profissionais de saúde e de procedimentos realizados no SUS, além da disponibilidade de leitos. Dados ainda preliminares também apontam queda de mortalidade materna, infantil e prematuras (30 a 69 anos) por DCNT (doenças crônicas não transmissíveis).
Redação ICL Economia
Com informações da Folha de S.Paulo