O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a alíquota da reforma tributária pode ficar em torno de 25%. “Pode ser 26%? Pode. Mas pode ser 24% também. Vai ficar nessa média”, disse. A declaração foi dada na quinta-feira (3), em entrevista à GloboNews, mencionada na reportagem feita pelo site Poder 360. O ministro da Fazenda está consciente de que não vai ser fácil mexer nesse vespeiro e que vai enfrentar muita resistência. O ministro pergunta “Como um país com tanta desigualdade isenta de imposto de renda o 1% mais rico da população?”.
Segundo a reportagem do site Poder 360, Haddad disse que a alíquota do atual sistema tributário do Brasil é de 34%, “considerando todos os impostos”. Com o projeto da reforma tributária, a “alíquota será necessariamente menor. Isso porque todo mundo paga, elimina os regimes especiais na transição e inibe litígio e sonegação”.
O ministro declarou que a Secretaria Especial da Reforma Tributária irá encaminhar ao Senado um relatório com a estimativa de custo dos setores que entrarão na exceção, assim como de “todos os pontos que estão no projeto” aprovado na Câmara em 7 de julho.
“Estamos pegando cada item da PEC e dizendo quanto vai custar em termos de alíquota. De maneira que o Senado, até porque tem um texto aprovado, vai poder se debruçar nos detalhes e poder escolher. […] O trabalho do Senado está facilitado”, afirmou.
Fernando Haddad afirma que a reforma tributária é para buscar justiça, não maior arrecadação
O chefe da Fazenda também falou que a reforma tributária é para “buscar justiça, não maior arrecadação”. Declarou que o objetivo do Executivo foi buscar “a neutralidade, até para conseguirmos aprovar no Congresso Nacional”.
Fernando Haddad afirmou na entrevista que é a favor de “alargar a base” do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso Nacional com a possibilidade de uma reforma ministerial.
“Quem tem que julgar isso é o presidente da República. Eu sou a favor de ampliar a base? Sou. Penso que isso vai dar mais conforto para o governo, que precisa fazer uma transição e arrumar a desarrumação que foi feita. E isso exige apoio”, declarou.
Embora tenha se mostrado a favor das mudanças –que já resultou na posse de Celso Sabino (União-PA) como novo ministro do Turismo–, disse que a decisão deve vir de Lula.
“Não tenho conhecimento da decisão do presidente. Ele está ouvindo muita gente, me comunica e me ouve, mas não ouve só a mim. Ele vai organizar o governo”, disse.
Haddad declarou que o presidente Lula sabe ser preciso “ampliar” a base para que “a agenda prospere”, mas que a não abrirá mão de sua governabilidade.
“Quando o presidente escolheu o slogan ‘União e Reconstrução’, estava sinalizando que pegou uma situação crítica. Uma pessoa [Bolsonaro] se desesperou para ganhar a eleição e torrou o que o país não tinha. Então ele [Lula] sabia que era uma situação onde se tem que ampliar”, afirmou o ministro.
Redação ICL Economia
Com informações do site Poder 360 e da GloboNews