Saúde e Cidades são os ministérios mais atingidos pelo bloqueio de despesas no Orçamento de 2024

O Ministério da Saúde teve redução de R$ 4,5 bilhões, e o das Cidades perdeu R$ 1,8 bilhão. A pasta da Educação também foi atingida, com corte de R$ 1,4 bilhão.
1 de outubro de 2024

Os ministérios da Saúde e das Cidades são os mais atingidos pelo bloqueio de despesas no Orçamento de 2024. O governo federal detalhou ontem à noite (30) as pastas que serão atingidas pelos cortes, devido à necessidade de cumprir das regras do arcabouço fiscal.

O detalhamento da contenção de despesas foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União. Além desses, foram alvo do bloqueio a pasta da Educação e emendas parlamentares.

Abaixo, alguns dos cortes anunciados:

  • Saúde: redução de R$ 4,5 bilhões;
  • Cidades: corte de R$ 1,8 bilhão;
  • Educação: R$ 1,4 bilhão;
  • Ministério dos Transportes: bloqueio de R$ 985,6 milhões;
  • Emendas parlamentares: R$ 974,8 milhões; e
  • Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento (PAC): R$ 3,7 bilhões.

Em setembro passado, a equipe econômica do governo Lula anunciou redução em R$ 1,7 bilhão do congelamento do recursos do Orçamento de 2024.

Apesar de ter ampliado o bloqueio de despesas em R$ 2,1 bilhões em relação ao montante anunciado em julho deste ano, houve uma reversão de R$ 3,8 bilhões no contingenciamento.

O aumento do bloqueio anunciado passou de R$ 11,2 bilhões para R$ 13,3 bilhões, com o objetivo de cumprir o limite de despesas previsto no arcabouço fiscal.

Os R$ 2,1 bilhões a mais constam no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do quarto bimestre, encaminhado ao Congresso.

O arcabouço fiscal prevê que o limite de crescimento dos gastos é de 2,5% ao ano, descontada a inflação. Se a previsão de despesas no ano ultrapassa esse teto, o governo faz um bloqueio. Esse mecanismo é mais difícil de ser desfeito.

A meta do governo neste ano é de déficit zero (equilíbrio entre receitas e despesas). Essa conta não considera despesas financeiras, como gastos com juros da dívida.

Orçamento de 2024: pastas têm até 7 de outubro para indicar programas e ações atingidos

Os órgãos terão até dia 7 de outubro para indicar as programações e ações a serem bloqueadas.

O Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO) reforçou que o faseamento no empenho de gastos está mantido. Pela regra, os limites de empenho estão sendo divididos em dois períodos: até novembro e até dezembro. Dessa forma, os ministérios e órgãos poderão empenhar, até novembro, 50% do saldo a empenhar remanescente, sendo os outros 50% liberados para empenho apenas em dezembro.

“Tal medida objetiva adequar o ritmo de execução de despesas ao avanço do exercício e à realização das receitas, de maneira que a condução da programação orçamentária e financeira ajude a prevenir riscos no ciclo de gestão fiscal do orçamento”, diz o MPO em nota.

O faseamento é visto como uma forma de garantir que o governo tenha espaço para realizar novas contenções de gastos até o fim do ano caso haja aumentos de despesas obrigatórias ou frustração de receitas.

Apesar de o governo ter reduzido a contenção no Orçamento como um todo, o Ministério da Saúde sofreu um aumento no corte de despesas. Há dois meses, a pasta tinha perdido R$ 4,4 bilhões. Agora, esse valor subiu para R$ 4,5 bilhões.

Os outros ministérios, de forma geral, tiveram um alívio orçamentário no mesmo período.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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