Após dois meses de expansão, o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica) do Banco Central, considerado a “prévia” do PIB (Produto Interno Bruto), registrou contração de 0,77% em agosto ante o mês anterior. Os dados foram divulgados nesta nesta sexta-feira (20).
O desempenho negativo é atribuído principalmente à perda de fôlego do volume de serviços e com o fim do impacto sazonal da safra recorde de grãos, que beneficiou a economia brasileira no primeiro semestre.
Em agosto, o setor de serviços recuou 0,9%. Dados do comércio divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na última quarta também confirmaram a falta de dinamismo da atividade econômica.
A queda do IBC-Br em agosto foi maior que a esperada pelo consenso Refinitiv, que previa retração de 0,30%. O recuo foi o maior desde maio deste ano, quando o tombo foi de 1,85%.
Segundo informações do BC, o resultado foi calculado após ajuste sazonal, um tipo de “compensação” para comparar períodos diferentes.
Em relação a agosto do ano passado, o indicador do nível de atividade registrou crescimento de 1,28%. Em julho passado, a expansão havia sido de 0,44%.
No ano, IBC-Br aponta expansão de 3,06% e, em 12 meses, de 2,82%
Apesar da queda em agosto, no acumulado dos oito primeiros meses deste ano, o IBC-Br avançou 3,06% e, em doze meses até agosto, apresentou crescimento de 2,82%. Nesse caso, o índice foi calculado sem ajuste sazonal.
Embora seja considerado uma prévia do PIB, os dois indicadores têm fórmulas diferentes de cálculo. O PIB, do IBGE, considera o lado da demanda, o que não é considerado pelo BC para formular o IBC-Br.
O indicador do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos, e é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do país, atualmente em 12,75% ao ano.
Embora tenha sido criado para antecipar o resultado do PIB, nem sempre os dois resultados mostram proximidade.
Em 2022, a economia brasileira cresceu 2,9%, o que representa desaceleração em relação à expansão de 5% registrada no ano anterior.
Nos três primeiros meses de 2023, na comparação com o trimestre anterior, o PIB avançou 1,9%, ficando acima da expectativa do mercado financeiro. O resultado foi impulsionado, principalmente, pela agropecuária. E no segundo trimestre, cresceu 0,9%.
Diante desses resultados, o mercado financeiro estima uma alta de 2,92% para o PIB este ano e de 1,50% em 2024.
O FMI (Fundo Monetário Internacional) também melhorou as projeções de crescimento para a economia brasileira neste ano. Em seu relatório de julho, o organismo internacional previa que o PIB brasileiro cresceria 2,1% este ano. Agora, o organismo internacional prevê que a economia brasileira vai crescer 3,1% em 2023.
Se esse resultado for alcançado, o Brasil subirá duas casas no ranking das maiores economias do mundo, passando do 11º para o 9º lugar ainda este ano, conforme previsão do FMI.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias