IBC-Br tem retração leve de 0,04% em janeiro, mostrando estabilidade da economia. Em 12 meses, indicador cresceu 3%

Resultado divulgado nesta manhã mostra crescimento menor da economia brasileira, o que indicaria estar havendo menos pressão inflacionária e, em tese, espaço para redução da taxa básica de juros
17 de abril de 2023

O IBC-Br, índice de atividade econômica do Banco Central que é considerado uma espécie de prévia do PIB (Produto Interno Bruto), teve leve retração de 0,04% em janeiro em relação a dezembro. Contudo, quando comparado a janeiro de 2022, o indicador, divulgado nesta manhã de segunda-feira (17), apontou aumento de 3,03%.

A queda já era esperada pelo mercado financeiro, o qual, no entanto, esperava até mesmo uma redução maior, de 0,2%. Isso significa que o resultado veio até mesmo melhor que o esperado e, grosso modo, significa que a economia brasileira manteve certa estabilidade no período.

O resultado foi calculado após ajuste sazonal, um tipo de “compensação” para comparar períodos diferentes. Quando o resultado é analisado em uma base de doze meses até janeiro, o IBC-Br apresentou crescimento de 3%. Nesse caso, o índice foi calculado sem ajuste sazonal.

O IBC-Br é um índice criado para tentar antecipar o resultado do PIB, mas os resultados nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Isso porque a metodologia de cálculo dos dois indicadores é diferente. O IBC-Br incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos, mas não considera o lado da demanda, que é incorporada no cálculo do PIB do IBGE.

IBC-Br mostra que diminuiu a pressão inflacionária

O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo Banco Central para definir a taxa básica de juros do país (Selic), atualmente em 13,75%.

O resultado divulgado nesta manhã de segunda-feira mostra um crescimento menor da economia brasileira, o que indicaria estar havendo menos pressão inflacionária. Ou seja, em tese, não haveria necessidade de manter a Selic tão alta, como tem justificado o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, diante das críticas que vem recebendo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e membros de sua equipe.

Em março, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 0,71%, abaixo do registrado em fevereiro (0,84%). No ano, a inflação acumula alta de 2,09% e, nos 12 meses até março, de 4,65%, abaixo dos 5,60% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2022, a variação do indicador foi de 1,62%.

Ainda assim, Campos Neto disse, em evento da XP Investimentos na semana passada, que ainda não é o momento de baixar os juros do país.

Em 2022, a economia cresceu 2,9%, o que representa desaceleração em relação à expansão de 5% registrada no ano anterior. A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda avaliou que a “desaceleração acentuada” do ritmo de crescimento em 2022 repercute, sobretudo, a “reduzida liquidez no ambiente externo” e o “ciclo contracionista da política monetária”, ou seja, o processo de alta dos juros.

Para este ano, o mercado financeiro estima uma alta de 0,90% para o PIB. Já para 2024, a expectativa é de um crescimento menor, de 1,4%.

Redação ICL Economia
Com informações da Agência Brasil

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