O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na segunda-feira (14) que as mudanças que estão sendo estudadas no rotativo do cartão de crédito, com os juros mais caros do mercado, não podem comprometer as vendas do varejo, informa a reportagem publicada no site G1. De acordo com dados do Banco Central, as vendas por meio do cartão de crédito respondem por 40% do consumo no Brasil. Ao mesmo tempo, o consumidor paga uma taxa de juro abusiva no rotativo do cartão de crédito. Em 2022, a taxa de juros dos bancos alcançou 42% ao ano, enquanto que o cartão de crédito rotativo chegou a 409,3%.
Na semana passada, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que está avaliando alternativas para reduzir a inadimplência nas operações com cartão de crédito, quando o cliente não paga o valor total da fatura e joga a dívida para o mês seguinte.
Entre essas alternativas, Campos Neto chegou a cogitar o fim do parcelamento no cartão. Imediatamente, houve uma reação contrária do comércio, já que 70% das compras são feitas na modalidade parcelamento sem juros.
Sugerido pelos bancos para reduzir as taxas de juros do rotativo do cartão de crédito, o fim das compras parceladas sem juros opõe as instituições financeiras e varejo. Haddad, no entanto, disse que os bancos precisam apresentar dados que justifiquem a necessidade de restringir o parcelamento, o que ainda não foi feito.
“Nós herdamos uma taxa de juros absurda do rotativo e vamos ter que equacionar [essa questão], mas [a solução] não passa por prejudicar o consumidor que está pagando as contas em dia”, afirmou Haddad.
Segundo o ministro, a previsão é que um grupo de trabalho formado por representantes do Ministério da Fazenda, do Banco Central, da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), da Câmara dos Deputados e do Senado encontre uma solução em até 90 dias.
Proposta do Banco Central para o rotativo do cartão de crédito deve ser apresentada nas próximas semanas
Campos Neto informou que a proposta do Banco Central para o cartão de crédito rotativo deve ser apresentada nas próximas semanas. Segundo ele, há um projeto de lei ligado ao Desenrola, que está refinanciando dívidas de inadimplentes, que tem um prazo de até 90 dias para ser apresentado.
Também na semana passada, Campos Neto, do Banco Central, afirmou que a instituição continua trabalhando em novas funcionalidades do PIX, o sistema de transferência de recursos em tempo real, e avaliou que isso poderá ser, no futuro, uma alternativa ao cartão de crédito.
Ainda não há informações detalhadas sobre como funcionaria o PIX na modalidade de crédito, pois o produto ainda não foi oficialmente lançado.
A ideia é autorizar os bancos a oferecerem empréstimos por meio dessa ferramenta, inclusive com parcelamento (como ocorre atualmente com o cartão de crédito).
Redação ICL Economia
Com informações do site G1 e das agências de notícias