Safra de grãos apresenta melhora de 1% em abril, com produção cada vez mais voltada ao mercado externo

Os dados da safra de grãos mostram que, cada vez mais, a área plantada está sendo destinada à produção voltada ao mercado externo, principalmente a soja
16 de maio de 2022

A safra de grãos apresentou aumento de 1% em abril, alcançando 261,5 milhões de toneladas. Quando analisado cada item separado da safra, a estimativa é de queda para soja e arroz, segundo o Boletim Diário Economia Para Todos Investidor Mestre. A soja é um dos produtos mais importantes da pauta exportadora do Brasil.

Na avaliação do economista André Campedelli, os problemas climáticos têm impactado fortemente a safra de grãos, principalmente a soja, que teve nova queda estimada para o final do ano, segundo dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola. Também houve queda na previsão de arroz. Apenas a estimativa para a produção de milho registrou aumento.

A produção da soja no ano, estimada em 118,5 milhões de toneladas, teve queda de 12,2%. Também houve redução na previsão de arroz, de 8,5%, com previsão de 10,6 milhões de toneladas. Já o milho teve sua estimativa elevada para 27,5%, com um total de produção de 111,9 milhões de toneladas em 2022.

Em comparação com o mesmo período do ano anterior, as previsões foram mais otimistas para a soja, que teve sua projeção aumentada em 4,5%, quando comparada a abril de 2021. Para a terceira safra do feijão, a alta é de 15,4%. O milho teve a previsão da primeira safra aumentada em 5,5% e, na segunda safra, em 6,4%.

Os demais itens de maior relevância sofreram queda. O arroz caiu 0,5%. Também o feijão, de primeira e segunda safra, caiu de 2,3% e 1,9%, respectivamente. O café arábica registrou baixa de 0,2%. As primeiras safras do ano estão sofrendo com os problemas climáticos, porém é esperada uma melhora das condições de plantio para o segundo semestre.

Safra de grãos e o mercado externo

A expectativa para o mês de abril é de um aumento na área plantada em todo país, com 210 mil novos hectares utilizados, podendo atingir 87,98 milhões de hectares. Essa expansão está pautada no aumento destinado à soja, que deve chegar a 40,7 milhões de hectares, um aumento de 196,4 mil hectares. E também do feijão que deve aumentar 211 mil hectares, chegando agora em 2,8 milhões de hectares.

Nos demais, houve queda na perspectiva, como no milho, com baixa de 27,1 mil hectares, no arroz, com queda de 12,4 mil hectares e nas frutas, com baixa de 242 mil hectares. Os dados mostram que, cada vez mais, a área plantada está sendo destinada à produção voltada ao mercado externo, principalmente a soja, mesmo com a melhora da área destinada ao feijão

As duas principais culturas continuam evoluindo em relação à área plantada. Com o aumento da área destinada à soja, neste mês, a quantidade de terra onde se planta soja e milho chegou a 61,6 milhões de hectares, sendo 40,7 milhões destinados à soja e 20,9 milhões ao milho. O segundo, mesmo com uma leve queda em sua previsão, segue com uma relevância muito grande e, juntas, as culturas ocupam mais de 70% da área plantada no país.

Ao mesmo tempo, a área destinada a bens de maior consumo interno tem se encolhido cada vez mais. Este mês foi uma exceção, uma vez que surpreendentemente a área destinada ao feijão acabou com elevação considerável e chegou a 2,8 milhões de hectares. O arroz apresentou nova queda, de 1,67 milhões de hectares destinados ao plantio. Os dois são os alimentos mais consumidos pelo povo brasileiro, porém sua área de plantio corresponde somente a 5% do total da área plantada brasileira.

Redação ICL Economia

Com informações do Boletim Diário Economia Para Todos Investidor Mestre

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