O mercado financeiro reduziu de 5,12% para 5,06% a projeção de inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) este ano. Além disso, também passaram a prever alta do PIB (Produto Interno Bruto) de 2,14% para 2,18%. Os dados fazem parte do Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (26) pelo Banco Central, com projeções de cem instituições financeiras para a economia brasileira.
A queda na estimativa de inflação deste ano aconteceu após a divulgação do IPCA de maio, que somou 0,23%. Em doze meses até maio, a inflação oficial somou 3,94%. Os números vieram bem abaixo das previsões do mercado financeiro.
Apesar da queda, a estimativa de inflação do mercado financeiro segue acima do teto da meta definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), fixada em 3,25% para 2023, e que será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.
Se a projeção do mercado financeiro se confirmar, este será o terceiro ano seguido de estouro da meta de inflação, ou seja, no qual o IPCA fica acima do teto fixado pelo governo. Em 2022, a inflação somou 5,79%.
Para 2024, o mercado financeiro também derrubou a projeção de inflação. Nesse caso, caiu de 4% para 3,98%. A meta de inflação do próximo ano, definida pelo CMN, é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Resta saber se os dados serão suficientes para convencer a autoridade monetária a iniciar a trajetória de queda da taxa básica de juros (Selic). Na semana passada, o BC manteve a taxa em 13,75% anuais pela sétima vez seguida. Amanhã (26), o Copom (Comitê de Política Monetária) divulga a ata da última reunião, com informações sobre os próximos passos da política monetária.
Boletim Focus: mercado também aumentou projeção do crescimento da economia brasileira para 2023. Selic fica estável em 12,25%
Para o crescimento do PIB deste ano, a projeção do mercado financeiro avançou de 2,14% para 2,18% na última semana.
O aumento na projeção ocorre após a divulgação do resultado do PIB do primeiro trimestre, que apontou expansão de 1,9% na comparação com os três últimos meses do ano passado. O resultado ficou acima das expectativas de economistas.
Já para 2024, a previsão de crescimento do mercado financeiro subiu de 1,20% para 1,22%.
Em relação à taxa básica de juros, que vem sendo motivo de queda de braço entre o governo e a direção do Banco Central, o mercado financeiro manteve a expectativa em 12,25% ao ano para o fim de 2023.
Para o fim de 2024, a projeção do mercado para o juro básico da economia permaneceu em 9,5% ao ano. Com isso, o mercado segue estimando queda do juro também no próximo ano.
Para a taxa de câmbio, a projeção do mercado se manteve estável em R$ 5 para o fim deste ano, e de R$ 5,10 para o ano que vem.
O saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) teve sua projeção ampliada de US$ 61,2 bilhões para US$ 62 bilhões de superávit em 2023. Para 2024, a expectativa para o saldo positivo recuou de US$ 57,8 bilhões para US$ 55,6 bilhões.
Por sua vez, o investimento estrangeiro direto neste ano recuou de US$ 79 bilhões para US$ 78,8 bilhões de ingresso. Para 2024, a estimativa de ingresso continuou também em US$ 80 bilhões.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias