O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), anunciou ontem (30) o professor Paulo Picchetti, da FGV (Fundação Getulio Vargas), e o servidor de carreira Rodrigo Teixeira, como novos diretores do Banco Central. Antes, porém, eles precisam passar por sabatina na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado. Se aprovados, ambos assumem os postos em janeiro de 2024.
Pichetti foi indicado para a diretoria de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, no lugar da diretora Fernanda Guardado. Teixeira, por sua vez, foi indicado para a diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, no lugar de Maurício Costa de Moura. Os mandatos de ambos terminam em 31 de dezembro de 2023.
Depois de submetidos a sabatinas na CAE do Senado, os nomes deles precisam ser aprovados em votações secretas no plenário da Casa.
Se aprovados por maioria simples, eles estarão aptos a assumir os novos cargos. Não há prazo para a realização dos trâmites necessários para as indicações.
Ontem, durante coletiva de imprensa, Haddad disse que conversou na semana passada com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre as escolhas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Fico extremamente gratificado de poder ter sido o mediador desse convite, com a certeza absoluta de que são pessoas com uma grande contribuição a dar para o Banco Central”, disse o ministro.
As indicações, segundo Haddad, receberam o apoio de Campos Neto. Na conversa com os jornalistas, o ministro enfatizou que a interlocução entre o governo federal e a autarquia “tem sido aperfeiçoada ao longo do tempo”. “Penso que continuaremos em um momento de muita troca de informações, impressões e de conhecimento para o bem do país”, afirmou.
Com as novas escolhas, já são quatro os indicados pelo governo Lula à diretoria do BC. Os primeiros foram Gabriel Galípolo, ex-secretário-executivo da Fazenda, para a diretoria de Política Monetária do BC, e o servidor de carreira Ailton de Aquino Santos, para a Diretoria de Fiscalização.
São nove o número de diretores do Banco Central, incluindo o presidente da autarquia. Eles são responsáveis, por exemplo, pela definição da taxa básica de juros (Selic).
Reunião do Copom do Banco Central começa nesta 3ª feira. Expectativa é de redução de 0,50 ponto percentual na taxa Selic
A reunião do Copom do Banco Central começa nesta terça-feira (31) e, amanhã (1º), a expectativa do mercado é de que o colegiado anuncie redução de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), de 12,75% para 12,25%.
De acordo com o Boletim Focus, divulgado ontem pelo Banco Central, a expectativa dos agentes do mercado financeiro é que, em 2023, a taxa Selic termine o ano em 11,75%. Já para 2024, a estimativa subiu de 9% para 9,25% ao ano. Com isso, os analistas passaram a prever um corte de juros menor em 2024.
Se for confirmado o corte esperado para amanhã, este será o terceiro a ocorrer desde agosto, quando a autoridade monetária interrompeu o ciclo de aperto monetário. Após sucessivas quedas no fim do primeiro semestre, a inflação voltou a subir na segunda metade do ano, mas essa alta era esperada por economistas.
Os membros do Copom já previam cortes de 0,5 ponto percentual nas reuniões do segundo semestre. Na ata do último encontro, em setembro, o órgão manteve a avaliação que esse é o ritmo adequado para manter a política monetária contracionista (juros que desestimulam a economia) necessária para controlar a inflação.
Definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), a meta de inflação é 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%. Segundo o BC, no último Relatório de Inflação, a chance de o índice oficial superar o teto da meta em 2023 é de 67%.
No entanto, o mercado financeiro reduziu de 4,65% para 4,63% a projeção de inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), de acordo com o Boletim Focus. Assim, o indicador ficará dentro da meta estabelecida pelo CMN.
A última reunião do Copom neste ano será nos dias 12 e 13 de dezembro.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e a Agência Brasil